NARRATIVAS DA FORMAÇÃO DOCENTE: COM A FALA OS
PROFESSORES DE EJA DA ESCOLA SENADOR MARTINIANO DE ALENCAR –
BARBALHA – CEARÁ – BRASIL

Educação de Jovens e Adultos; Formação docente; Narrativas da formação
docente; Pesquisa-ação-formação.

A Educação de Jovens e Adultos - EJA constitui-se como uma modalidade de ensino voltada para
pessoas que outrora, por circunstâncias diversas, não conseguiram ingressar em processos de
educação formal ou foram obrigadas a abandonar seus estudos, não chegando a concluí-los. Para
atuar com esse público, os professores necessitam de formação docente específica que viabilize a sua
atuação de forma humana e efetiva junto a esses sujeitos. Tal processo nem sempre é efetivado, tendo
em vista que historicamente a EJA e suas especificidades não vem sendo consideradas como
referência para a elaboração de políticas públicas, o que torna o processo formativo dos professores
problemático. A presente pesquisa objetiva compreender os limites e possibilidades da formação
vivida pelos professores de EJA da Escola de Ensino Fundamental Senador Martiniano de Alencar,
na cidade de Barbalha - Ceará – Brasil. Metodologicamente, a presente investigação possui uma
abordagem qualitativa e optou-se por uma pesquisa-ação-formação, embasada no trabalho com as
narrativas dos sujeitos investigados. Entende-se que, ao narrar suas trajetórias, os docentes permitem
aos pesquisadores acessar o universo de suas experiências pessoais, formativas e profissionais,
conduzindo a uma melhor compreensão do fenômeno investigado e o modo como afeta o exercício
profissional desses docentes junto aos educandos da EJA. Os referenciais teóricos que sustentam o
conjunto de reflexões e análises desse trabalho investigativo são: Arroyo (2004, 2005, 2006),
Barcelos (2010), Costa (2014), Cunha (1999), Di Pierro, Joia e Ribeiro (2001), Freire (1983, 2001,
2002, 2007), Freire (1993), Gadotti (2011), Galvão e Soares (2004), Haddad e Di Pierro (2000),
Jardilino e Araújo (2014), Réus (2013), que trazem o universo da Educação de Jovens e Adultos;

Altet (2001), Cardoso (2002), Castro (2003), Freitas (1998), Garcia (1999), Libâneo (2008),
Machado (2008), Martins (2014), Pimenta (2012), Pimenta e Lima (2017), Rodrigues e Esteves
(1993), Saviani (2009), Soares (2008), Tardif (2002), que versam sobre Formação de Docente; e
Clandinin e Conely (1995, 2011), Cunha (2010), Freitas e Fiorentini (2007), Souza (2015), que se
debruçam sobre o processo de pesquisar trazendo em destaque as narrativas dos sujeitos pesquisados;
Barbier (2007), Bogdan e Biklen (1994), Charlier, Daele e Deschryver (2006), Ens (2006), Ferrarotti
(2010), Garcia (2005), Ibiapina (2016), Kemmis (1999, 2002), Minayo (2001), Morin (2004),
Thesing e Costa (2017), Thiollent (2011), que tratam sobre os métodos investigativos pautados na
pesquisa-formação. Além dessas referências foram utilizados também outros materiais para a
discussão da trajetória histórica, das vertentes legais e normativas dessa modalidade de ensino no
Brasil. Os resultados da presente pesquisa apontam que o processo formativo, seja ele inicial ou
continuado, interfere na ação pedagógica desempenhada pelos docentes da EJA, possibilitando que
esta assuma um caráter emancipatório, crítico e reflexivo ou um caráter meramente instrumental,
mecânico e reprodutor das desigualdades existentes na sociedade.