CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS DOS TEXTOS PRODUZIDOS PELO GRUPO PAIDEIA COMO POLÍTICA DE FORMAÇÃO DE LEITORES.
Política Linguística. Formação de Leitores. Linguagem.
O objetivo desta pesquisa em andamento é refletir sobre as características de linguagem adotadas pelo Grupo Paideia como Política de Formação de Leitores. O grupo de teatro de bonecos PAIDEIA, desde 2003, da Universidade Federal do Ceará, vem trabalhando a reescrita de textos clássicos valendo-se da linguagem popular cearense, bem como de acontecimentos sociais, políticos e do entretenimento de massa, conforme o público para o qual a peça será apresentada. Esse trabalho envolve a língua portuguesa de modo bastante particular; uma vez que se trabalha com traduções de textos gregos e, deles, cria-se outra tradução. Entendemos que o debruçar-se sobre a linguagem dos textos produzidos pelo grupo PAIDEIA, que vem atraindo as mais diversas faixas etárias a textos clássicos, aparentemente, tão desvinculados dos temas do século XXI, é contribuir não apenas à seara da descrição e análise linguística, mas à compreensão de um trabalho que pode, sim, se caracterizar como uma Política Linguística de Formação de Leitores Literários. Defendemos que o trabalho do grupo PAIDEIA pode ser metodologicamente sistematizado, servindo de base para o desenvolvimento de tantas outras estratégias de formação de leitores. Dentre as questões de linguagem que analisaremos, destacamos o uso do sufixo -inho/inha, no texto Éros e Psiquê, com acepções diversas, como desprezo, carinho, inocência, dimensões. A concepção de língua implícita nos trabalhos do grupo PAIDEIA é Funcionalista, à medida que assume a língua viva, para interlocutores reais, em tempo-espaço específicos, que busca efeitos de sentido facilmente identificados pelos participantes da interlocução; por isso mesmo alguns texto adaptados pelo grupo não são transparentes em relação às conexões com o momento social em que foram produzidos e apresentados quando distantes do momento em que foram produzidos. Ensejamos nesta pesquisa explicitar o implícito ao focarmos na linguagem das traduções.