Atendimento Educacional Especializado Bilíngue. Educação linguística Docente. Políticas linguísticas. Surdo com deficiência.
Atendimento Educacional Especializado Bilíngue. Educação linguística Docente. Políticas linguísticas. Surdo com deficiência.
A Lei Brasileira de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, além de reconhecer o direito dos Surdos de manterem a sua identidade linguística e cultural em uma escolarização própria e específica, reconhece a pluralidade desse grupo linguístico ao definir como seu público-alvo alunos surdo-cegos, com deficiência auditiva sinalizantes, surdos com altas habilidades ou superdotação ou com outras deficiências associadas. Com isso, os alunos com deficiência pertencentes ao povo Surdo recebem um novo olhar sobre o seu direito à inclusão, respeito pela diversidade e pelo desenvolvimento de habilidades linguísticas de formas particulares. Tendo em vista que é direito do aluno Surdo com deficiência uma educação bilíngue inclusiva de qualidade em igualdade de condições com os demais estudantes, o presente estudo tem como objetivo central entender em que medida a falta de políticas linguísticas para uma educação linguística bilíngue de docentes para o Atendimento Educacional Especializado (AEE) pode afetar a educação de alunos Surdos com deficiência. Para tanto, foi necessário: i) debater o conceito de bilinguismo e educação bilíngue e suas implicações político linguísticas, ii) descrever, de forma conceitual, o que é educação bilíngue de Surdos, buscando traçar o perfil da modalidade na escolarização de estudantes Surdos com deficiência, iii) identificar, a partir da Lei 14.191 de 2021, novas demandas e implicações da associação do termo “bilíngue” à prática do serviço, considerando seus pressupostos e base ideológica, e, então, iv) discutir a formação linguística docente e o AEE Bilíngue de alunos Surdos com deficiência. Os resultados possibilitaram apontamentos sobre o perfil e atribuições do Atendimento Educacional Especializado Bilíngue e do docente para atuação no serviço, quando em postura de reformulação. Foi possível concluir que, para desenvolver uma prática docente que atenda à demanda proveniente desse novo contexto, é necessária uma formação linguística mais aprofundada com conhecimentos e habilidades especializadas para trabalhar com estudantes Surdos com deficiência. Neste sentido, foram encaminhadas recomendações à promoção de formações contemplativas aos conhecimentos sobre as possíveis implicações que as deficiências adicionais podem acarretar. Considera-se os resultados obtidos como importante ferramenta de contribuição às discussões em torno da promoção de Políticas Linguísticas Educacionais voltadas para o respeito à identidade linguística dos alunos com deficiência pertencentes ao povo Surdo. Além de úteis ao incentivo à organização de uma formação docente, em campos de atuação da Educação Especial, respeitosa às ideologias linguísticas comprometidas com as questões das comunidades Surdas.