USO DE FÓRMULAS ARTIFICIAIS EM CRIANÇA COM ALERGIA A PROTEINA DO LEITE DE VACA: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Hipersensibilidade a Leite. Fórmulas infantis. Criança. Nutrição infantil.
A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) tem sido cada vez mais comum no cotidiano de trabalho do enfermeiro, o qual precisa ter conhecimentos sobre os tipos de fórmulas artificiais alternativas, suas indicações e vantagens no que concerne à segurança nutricional para a criança. O presente trabalho teve como objetivo geral mapear as evidências disponíveis sobre o uso de fórmulas artificiais em crianças com APLV. Para tanto, realizou-se uma revisão de escopo conforme as recomendações propostas pelo Preferred Reporting items for Systematic
reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (Prisma-ScR) contidas no protocolo publicado pelo Manual para Revisores da Joanna Briggs Institute (JBI). A estratégia de busca utilizou os termos que constam nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e no Medical SubjectHeadings (MeSH) (milk hypersensitivity, infant formulas, child e/ou child nutrition). As bases de dados pesquisadas foram PubMed, Web of Science, CINAHL, Science Direct, Scopus, Cochrane e Embase. Foram considerados estudos primários, publicados em inglês, espanhol e português, sem limite de datas. A extração dos dados e a análise dos materiais recuperados foram feitas por dois revisores independentes e os dados foram analisados e sintetizados em forma de narrativa. Observa-se a partir dos resultados advindos das produções selecionadas, que houve predominância na utilização de Fórmulas de proteínas extensamente hidrolisadas (FEH), na textura líquida, sem simbóticos em sua composição, e estas evidenciaram segurança quanto ao índice nutricional e boa tolerância ao uso em crianças acometidas por APLV, garantindo assim crescimento proporcionalmente adequado considerando padrões da OMS. Foram identificados também estudos que recomendaram o uso de Fórmulas nutricionais à base de aminoácidos (FAA), as quais independente da faixa etária é a primeira opção para todas as crianças com APLV não mediada por IgE que apresente intolerância ao uso de FEH ou sintomas graves. Além destas, existem as Fórmulas nutricionais à base de soja (FS), consideradas primeira opção somente para crianças de seis a vinte e quatro meses com APLV mediadas por IgE, no entanto, estas implicam na suplementação de micronutrientes para que se alcance uma segurança para as crianças. Aponta-se a necessidade de estudos com maior rigor metodológico, como ensaios clínicos controlados e randomizados, e também longitudinais para esclarecer a segurança alimentar e tolerabilidade das fórmulas artificiais, bem como acompanhar o crescimento de crianças com APLV. Os profissionais de saúde, em especial enfermeiros, precisam conhecer essas FA, indicações e vantagens comparativas entre elas para que possam proceder um cuidado integral às crianças com APLV.