Resumo:

Estudo experimental que tem por objetivo avaliar a utilização da realidade virtual como uma intervenção para o manejo de feridas em pacientes com feridas crônicas em um serviço ambulatorial. O estudo realizou a comparação intra-sujeitos, de desenho pré e pós-teste, com grupo comparativo, usando randomização e rotatividade da amostra. A pesquisa foi realizada no ambulatório de feridas do hospital de Aracoiaba-Ce, com amostra composta por 17 indivíduos e desenvolvida no ano de 2019. Foi aplicado um formulário para coleta de dados de informações como dados sociais, aspectos clínicos e cuidados relacionados à prevenção e tratamento dessas lesões. Além de ser realizada a avaliação da dor através de aspectos comportamentais, fisiológicos, localização da dor e escala visual analógica numérica e de faces. Essas informações foram coletadas via formulário eletrônico Google docs. As variáveis foram exportadas e tabuladas em planilha Microsoft Excel 2019, utilizando o mesmo software para realizar as análises estatísticas. Empregamos o Teste T de Student pareado bicaudal para a comparação antes e após do uso da tecnologia virtual. A pesquisa respeitou os aspectos éticos presente na resolução 466/12. Os achados demostraram redução da dor estatisticamente relevante, com valor de P <0,001 para a diferença de dor entre os grupos que utilizaram a realidade virtual. A dor relacionada após o término do procedimento, e aos maiores e menores índices de dor referidos pelos pacientes durante o manejo da lesão, foi menor no grupo que usou a realidade virtual quando comparado ao grupo que não a utilizou.  Além disso, foi percebido que outros sinais como pressão arterial e frequência cardíaca também reduzem ao utilizar realidade virtual durante o manejo da lesão. A tecnologia foi bem aceita, sendo referida como muito satisfatória para uso e pouco incômoda. Conseguimos determinar que a realidade virtual pode ser utilizada para o manejo da dor, em trocas de curativos. É uma tecnologia com grande escopo de aplicabilidade, capaz de ser utilizado como um meio alternativo e complementar para o manejo de dores. Há a possibilidade dessa tecnologia ser utilizada em caráter adjuvante a métodos analgésicos já empregados nas rotinas clínicas. É uma tecnologia com grande versatilidade. Acredita-se que essa tecnologia virá a ser mais acessível ao público em geral, assim como foi com os smartfones. E ressaltamos que antes que essa evidente popularização do produto aconteça, deve-se investir na criação de protocolos e na testagem e produção de softwares.