MÁ QUALIDADE DO SONO E ISOLAMENTO DE CÂNDIDA ALBICANS NA CAVIDADE ORAL EM PESSOAS QUE VIVEM COM HIV/AIDS.
Qualidade do sono; Candida Oral; Vírus da Imunodeficiência Humana
Ao sono sempre foi atribuído, durante séculos, o caráter restaurador e a capacidade de reestabelecer as funções orgânicas vitais. No entanto, estima-se que este influencia diretamente em diversas funções cognitivas, biológicas, psicológicas, imunológicas e metabólicas. Nesse sentido pessoas com HIV/ AIDS são diretamente afetadas e estão expostas a risco de infecções oportunistas, dentre estas a infecção por Candida albicans. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi analisar a associação entre o isolamento de cândida albicans e a qualidade do sono em pessoas que vivem com HIV/AIDS em serviço de atenção especializada em Fortaleza, CE. Pesquisa descritiva, exploratória, de corte transversal. Foram investigadas 106 pessoas com HIV/AIDS, em um serviço de saúde especializado do município de Fortaleza-CE entre os meses de agosto a novembro de 2018. A coleta de dados foi realizada por meio e aplicação de instrumento contendo informações acerca de indicadores sociodemográficos e a utilização de uma versão validada e adaptada, aos padrões brasileiros, do Pittsburgh Sleep Quality Index. Simultaneamente foram realizadas mensuração de circunferência do pescoço, cálculo de índice de massa corporal e circunferência da cintura. Para cultura de cândida albicans adotou-se amostra de saliva da cavidade oral dos participantes. Os dados foram organizados e analisado no software EXCEL 2013. Na sequência procedeu-se a análise estatística realizada por meio do programa SPSS, versão 22.0. Todos os aspectos éticos foram respeitados. População predominantemente masculina (64,2%), a má qualidade do sono esteve presente em 67%da população investigada, 40,6% das pessoas com HIV/AIDS apresentaram Candida oral. Observamos que PVHA com carga viral alterada, possuem 11,7 vezes mais chances de desenvolver Candida em relação a quem não possui esta característica (p=0,012). Acerca da variável etilismo, identificamos que 44% dos maus dormidores nunca bebeu (p<0.001). A presença de Candida na cavidade oral apresentou correlação estatisticamente significante com tabagismo (p<0,001) e contagem de linfócitos TCD4+ (p=0,042). Enquanto o microcultivo foi correlacionado com a orientação sexual (p=0,04). Concluímos que não houve associação entre má qualidade do sono e isolamento de cândida. Entretanto, o isolamento de cândida esteve associado ao tabagismo, carga viral alterada e contagem de linfócitos.