RASTREAMENTO E AVALIAÇÃO DO PÉ EM RISCO PARA PREVENÇÃO DE ÚLCERAS EM PESSOAS COM DIABETES MELLITUS.
Diabetes Mellitus; pé diabético; enfermagem
O pé diabético é uma das complicações do diabetes mellitus (DM), de alto impacto econômico e social, caracterizado por lesões decorrentes de neuropatia, isquemia e infecção. Objetivo do estudo foi realizar o rastreamento e a avaliação dos pés de pessoas com diabetes mellitus em acompanhamento nas unidades de Atenção de Primária à Saúde do município de Redenção-CE. Estudo epidemiológico descritivo e transversal, de abordagem quantitativa, realizado em uma unidade de saúde urbana do município de Redenção. A pesquisa foi composta de 152 pessoas com DM, durante o período de março a dezembro de 2018. Para coleta de dados foi utilizado um formulário construído a partir do Consenso Internacional sobre Pé Diabético (2011), do Manual do pé diabético: estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica (2016) e do Sistema Salvando o Pé Diabético. Inicialmente era verificado glicemia, PA, medidas antropométricas e em seguida a avaliação dos pés que começava com a anamnese e depois era feito os testes com o estesiômetro (monofilamento) de Semmes-Weinstein da cor laranja de 10g, diapasão 128 Hz e o martelo neurológico testam fibras grossas sensitivas (β) e motoras (A-α), utilizados para testar a sensibilidade protetora plantar, vibratória e reflexo de Aquileu.Para análise estatística, utilizou-se os testes Qui-quadrado de Pearson, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, adotando-se intervalo de confiança de 95% e erro máximo de 5%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) sob parecer 2.932.293. Entre as pessoas com DM houve predominância do sexo feminino (73,68%), (60,53%) eram idosos e (56,58%) não sabiam informar o tipo de diabetes que foram diagnosticados. O tempo de DM dos participantes foi inferior a 10 anos (58,52%). Glicemia alterada (80,84%); PA alterada (69,08%); IMC alterado (86,18%); CA alterada (82,89%); CP alterado (84,21%). Atividade física (62,50%) não realizavam. Presença de comorbidade (70,39%); presença de úlceras prévias (20,39%); dor ou desconforto relacionado aos pés e pernas (67,11%). Higienização dos pés adequada (83,55%);calçado inadequado(79,61%); rachaduras em pé direito(PD) e (69,74%)rachaduras em pé esquerdo(PE) (71,05%);pilificação diminuída em PD (52,63%) e PE(55,92%); anidrose (59,21%) em ambos os pés; Onicomicoses em PD(38,16%) e PE(41,45%); corte das unhas inadequado em PE(53,29%); (7,23%) dos participantes apresentaram sinais de infecção e (5,92%)cianose e gangrena. Sensibilidade protetora plantar diminuída PD (25,66%) e PE (23,68%); sensibilidade vibratória alterada: PD (44,08%) e PE(43,42%). Dos 152 participantes (47,37%) possuíam PND. Na associação de PND e alguns parâmetros obteve-se significativo para a não realização de atividade física (53,7%) (p=0,04); presença de úlcera prévia (67,7%) (p = 0,010); ausência de complicações crônicas (60,5%) (p=0,001) e dor ou desconforto nos pés (66,75%) (p=0,000).