Experiência e conhecimento de enfermeiros em comunicação e tecnologias assistivas no atendimento a pessoas com deficiência
Pessoas com Deficiência; Tecnologia Assistiva, Comunicação, Enfermagem.
Introdução: A deficiência é condição existente em 15% da população mundial. Esta população é crescente devido ao envelhecimento e agravamento de condições crônicas como diabetes e doenças cardiovasculares ou pontuais como acidentes automobilísticos, desastres naturais e guerras. A vida desta população é permeada por barreiras sociais, econômicas e culturais que dificultam sua plena participação e autonomia na sociedade. Tais obstáculos refletem em menores condições de acesso a saúde e dificuldades de acesso a informações e consultas de qualidade. Neste contexto se faz importante investigar sobre o conhecimento e experiência de enfermeiros no atendimento a pessoas com deficiência. Objetivos: Avaliar o conhecimento e experiência dos enfermeiros do maciço de Baturité quanto a comunicação e uso de tecnologias assistivas no atendimento à Pessoa com Deficiência. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e transversal realizado em 12 municípios do maciço de Baturité localizado no estado do Ceará entre os meses de outubro de 2022 e fevereiro de 2023. Foram a aplicados questionários sociodemográficos e sobre o conhecimento relativamente a pessoa com deficiência, comunicação e tecnologias assistivas à enfermeiros de instituições de saúde que realizam atendimento ao sistema público de saúde. Resultados: Constituíram a mostra deste estudo 84 enfermeiros dentre os quais 26 (31,3%) entre 23 e 26 anos, 52 (62,7%) prestam assistência em unidades de nível de atenção primária à saúde, 60 (71,4%) autodeclaram ser pretos ou pardos, 71 (84,5%) do sexo feminino e 47 (56%) especialistas. Destes profissionais 44 (53%) concluíram a graduação em instituições privadas de ensino, 46 (54,8%) não cursaram disciplinas que discutissem a temática de pessoas com deficiência e apenas 4 (4,8%) relataram ter participado de grupos de pesquisa ou extensão e 23 (27,4%) enfermeiros relataram ter realizado cursos sobre a temática. Quanto a experiência destesprofissionais no atendimento a este público 51 (60,7%) afirmaram já ter assistido a pessoa com deficiência visual, 69 (82,1%) deficiência motora, 57 (67,9%) deficiência auditiva, 59 (70,2%) deficiência intelectual e 58 (70,7%) pacientes com Transtorno do Espectro Autista. Quanto aos resultados obtidos na resolução do questionário sobre pessoas com deficiência cujo pontuação máxima é de até 39 pontos, obteve-se média de 26,1 pontos, mediana de 27 pontos e moda de 23 pontos. A grande maioria dos enfermeiros apresentou pontuação situada entre 50 e 75% de taxa de acerto. Apenas 4 questões apresentaram taxas de acerto inferiores a 50%. Profissionais que concluíram a graduação em instituições de ensino público (p = 0,008) e maior titulação acadêmica (p = 0,005) apresentaram melhores pontuações na resolução do questionário sobre pessoas com deficiência. Conclusão: Conclui-se que os profissionais do maciço de Baturité possuem conhecimento adequado sobre conceitos e definições sobre pessoas com deficiência apesar do pouco contato com a temática durante a graduação e baixo interesse na realização de cursos e capacitações sobre o tema. Além disto, evidencia-se que o atendimento a esta população é permeado por desafios e limitações principalmente relacionados ao estabelecimento de comunicação eficaz e assim como também existe dificuldade por parte dos profissionais na implementação e aplicação de tecnologias assistivas para o atendimento a pessoas com deficiência.