A SITUAÇÃO DA (IN) SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO MEIO DA POPULAÇÃO ESTUDANTIL AFRICANA EM FORTALEZA E NO MACIÇO DE BATURITÉ (CEARÁ)
Estudantes Africanos; Imigração Estudantil Africana no Ceará; Alimentação; Insegurança Alimentar e Nutricional.
A dissertação ora apresentada propõe uma pesquisa que teve como objeto de estudo compreender o processo de imigração estudantil africana para a diáspora no Estado do Ceará, além de analisar a situação da (in) segurança alimentar e nutricional em meio a essa população na cidade de Fortaleza e na Região do Maciço de Baturité, Ceará. O trabalho circunscreve eixos investigativo sobre as imigrações estudantil africanas dos países dos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) para o Brasil e Ceará, questões ligadas à (in) segurança alimentar e nutricional dessa população, buscando compreender também a situação do acesso e garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) desses sujeitos, os desafios enfrentados por esses estudantes na luta pela manutenção da segurança alimentar e nutricional no cotidiano, e na integração da cultura alimentar nos cardápios universitários. O trabalho teve como objetivo investigar como se dá o acesso ao alimento no meio da população estudantil africana em Fortaleza e na Região do Maciço de Baturité, Ceará. A construção do trabalho se deu por meio de uma metodologia interdisciplinar, os dados foram obtidos através de fontes bibliográficas, análise documental e pesquisa de campo e análise de conteúdo. Os sujeitos que participaram da pesquisa de campo e das entrevistas semiestruturadas, foram entrevistados cinco (5) estudantes da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB e um (1) estudante da Universidade Federal do Ceará. Construíram-se novos parâmetros em relação à questão alimentar durante a realização das entrevistas, tendo em vista a alimentação como uma condição social, política, de integração e da cultura e soberania alimentar para além das fronteiras entre países e continentes. Observaram-se que alguns preditores, como aumento dos custos com alimentação, fatores socioeconômicos, condições de consumo alimentar e problemas de saúde, ausência de políticas e ações de fortalecimento da cultura e soberania alimentar africana nos espaços universitários, são alguns dos fatores geradores de insegurança alimentar e nutricional no dia a dia desses estudantes. Os sujeitos dessas pesquisas, relataram-se ainda, a alimentação como uma questão de direito humano, com diversas implicações que afetam a garantia de uma alimentação que seja culturalmente e afetivamente pensada na integração, nas memórias e nas lembranças de seus países, comunidades e rituais familiares.