Gênero, Trabalho e Educação: escrevivência de ser professora na rede municipal de Acarape-Ceará (2017-2020).
Precarização; Trabalho Docente; Professoras; Acarape/CE.
A presente dissertação de mestrado advém da experiência no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Humanidades da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – Unilab; instituição localizada na microrregião cearense do maciço de Baturité. A pesquisa possui o apoio financeiro da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP – CE) e objetiva tecer reflexões sobre a relação entre gênero, trabalho e educação a partir das escrevivência das professoras temporárias da rede pública municipal de Acarape-Ceará. A precarização na prática laboral docente do referido município é algo que interfere nas relações de trabalho e na construção social das professoras, bem como na qualidade da educação municipal. A discussão perpassa as reflexões ontológicas dos conceitos de trabalho até as condições atuais da trabalhadora docente além de integrar a discussão de gênero e educação. Salientamos também a presença da discussão sobre a Covid-19 e a estruturação das aulas remotas durante o período pandêmico em Acarape. Para tanto, partimos de uma reflexão de cunho marxista, feminista e interdisciplinar refletindo sobre as questões relacionadas ao mundo do trabalho e suas vicissitudes para compreender como a precarização característica do universo laboral se estabelece na prática e interfere na vida pessoal e no modo de trabalhar das referidas professoras. A abordagem metodológica da investigação é qualitativa e se apresenta sob a perspectiva do materialismo histórico – dialético. O fio condutor da análise se processa pela articulação de fontes diversas (orais e escritas) priorizando as falas das companheiras professoras que se propuseram a colaborar com a pesquisa. Na intenção de construir conhecimento a partir das experiências adquiridas e vivenciadas, este trabalho fala sobre e para mulheres que exercem a função laboral docente e, apesar de estarem em situação de precariedade, se mantêm ativas em suas funções acreditando na força transformadora da educação.