FEMINISMO NEGRO COMO PROPOSIÇÃO CURRICULAR E DIDÁTICO-PEDAGÓGICA AOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DO INSTITUTO DE HUMANIDADES DA UNILAB
Currículo. Educação antirracista e antissexista. Feminismo negro. Mulheres Negras. UNILAB.
Ante a necessidade da materialização de igualdade e justiça social, para grupos e indivíduos historicamente excluídos em nossa realidade, a educação antirracista e antissexista torna-se uma premissa fundamental. Na articulação dos processos de conscientização e construção de novas identidades positivas para as mulheres negras, essa educação traduz-se igualmente como compromisso institucional da UNILAB: para a promoção de um projeto educacional decolonial, em parceria com os países da integração - PALOPs -, e alinhada à produção de novos saberes, de epistemologias afro-perspectivadas, contra hegemônicas, de igualdade de gênero, e de reconhecimento e valorização dos anseios e agendas dos movimentos populares. Diante disso, esta pesquisa perfaz uma análise documental dos currículos e diretrizes didático-pedagógicas dos cursos do Instituto de Humanidades da UNILAB, em busca à evidenciação quanto à compreensão e ao compromisso de seu ensino de graduação com as pautas históricas e políticas do feminismo negro. Parte-se da indagação sobre se esses cursos têm, de fato, promovido a valorização histórica e o reconhecimento epistemológico das bases, das lutas, dos movimentos sociais e das produções intelectuais e científicas das mulheres negras: em combate aos preconceitos e às opressões as quais lhes são estruturalmente contrárias, e em formação ao seu efetivo empoderamento. O procedimento metodológico utilizado é o da análise documental de natureza qualitativa, na perspectiva da pesquisa interdisciplinar em Humanidades. Na discussão teórica, dialogamos com HOOKS (1952-), COLLINS (1948-), DAVIS (1944-), ANZALDÚA (1942-2004), LUGONES (1944-2020), GONZÁLEZ (1935-
1994), CARNEIRO (1950-), GOMES (1961-), RIBEIRO (1960-), entre outras. Os resultados alcançados demonstram a incidência de políticas educacionais e curriculares antirracistas e antissexistas. Entretanto, denota-se a necessidade da ampliação de diretrizes e disposições nesse sentido, dada a dimensão estrutural e funcional das violências interseccionais de raça e gênero, ora plenamente vigentes em nossas sociedades.