Cultura como caminho de resistência: o Grande Pirambu a partir do Bumba Meu Boi
Periferia; cultura afro-indígena; decolonialidade; migração; Bumba meu boi
A presente pesquisa visa refletir sobre o grande Pirambu, comunidade litorânea de Fortaleza no estado do Ceará, através da manifestação tradicional do Bumba meu Boi, que ganha na comunidade características peculiares, procurando identificar a resistência dos elementos afro-indígenas. A pesquisa analisa o boi enquanto símbolo e rito na formação da comunidade, o processo migratório que colaborou para a sua formação inicial e a constituição da brincadeira do Bumba meu boi, tal como ela se apresenta no território, refletindo sobre seus enredos, signos e símbolos afro-indígenas presentes no brinquedo. Também reflete sobre as pessoas nela envolvidas e como as mesmas se mantém como brincantes, apesar das necessidades de subsistência impostas pelo capitalismo na urbanidade. Este estudo identifica-se com uma metodologia interdisciplinar, buscando dialogar principalmente com a história, antropologia, sociologia e arte. Identifica-se também com os estudos decoloniais, compreendendo que estudar esta comunidade periférica é dar visibilidade a pessoas historicamente silenciadas, e cuja identidade cultural foi e ainda permanece sendo negada em detrimento da necessidade de fazer prevalecer a cultura eurocêntrica, mas que encontra no seio do seu território mecanismos de resistência, presente no seu modo de fazer, no seu cotidiano e nos elementos e significados que o acompanham.