Banca de QUALIFICAÇÃO: MARIA DO SOCORRO MENDES DE VASCONCELOS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARIA DO SOCORRO MENDES DE VASCONCELOS
DATA: 13/08/2018
HORA: 14:00
LOCAL: Campus das Auroras, Bloco A, sala 203.
TÍTULO:

O Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase - MORHAN na luta contra preconceitos e estigmas no município de Redenção Ceará -1983 a 2017

PALAVRAS-CHAVES:

Hanseníase; Morhan; Estigma; Preconceito, Pobreza

PÁGINAS: 52
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Interdisciplinar
RESUMO:

O presente trabalho analisa o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase – MORHAN, na luta contra o preconceito e o estigma na Colônia de Hansenianos de Antônio Diogo – Redenção/Ceará, hoje Centro de convivência, de 1980 à 2017. Como objeto da pesquisa interdisciplinar em humanidades, se entende a doença como fenômeno bio-social que incorpora e reafirma valores estruturados em sociedade hierárquica e desigual que constituem modos de ser e estar dos corpos em múltiplas culturas ao longo dos tempos e em diversos espaços, nesse caso, configurando-se com a exclusão dos doentes de lepra/hanseníase. E o MORHAN, movimento social que surge como instrumento reivindicatório de ações junto ao poder público para efetivação de políticas que atendam direitos não reconhecidos ou suprimidos pelo Estado, buscando formas de reintegração e desmistificação da doença. A política de isolamento compulsório no Ceará começa em 1928 com a instalação da primeira “Leprozaria em Canafístula”, hoje Antonio Diogo, que durou até meados dos anos 60. Com a possibilidade de cura e retorno a sociedade, os ex-pacientes da hansen em busca de direitos e estabelecimentos de uma vida produtiva, organizam-se na década de 80 na entidade MORHAN. Além da análise, objetiva-se compreender o significado da participação, as repercussões da organização, conhecer a efetividade das ações desse movimento na vida das pessoas atingidas pela hansen, as formas de superação do preconceito e a reconstrução de sociabilidades. Constituiu-se base para a análise, discussão e produção do trabalho, diversas bibliografias, referentes à saúde e doença: LE GOFF (1990), (1991), SONTAG (1984), UJVARI (2012), FERREIRA (2014); BRASIL (2002), (2010)); sobre lepra/hanseníase: LIMA (2009), CURI (2002), FEITOSA (2008), acerca de movimento social: GOHN (2011), VIEIRA (2009), (2015); MENDONÇA (2008); sobre estigma e preconceito: GOFFMAN (1998), PIVA (2006), GANDRA JÚNIOR (1970). E ainda literaturas referentes à interdisciplinaridade (FRIGOTTO, 2004), (MINAYO, 1994), (FAZENDA, 2002), (MORIN, 2001) e história oral e memória (DELGADO, 2010), (CHIZZOTTI, 2004), (BOSI, 1995). Contextualiza-se o movimento, como surgiu e suas reivindicações, em seguida é colocado de uma maneira geral o histórico lepra/hanseníase, seu status entre as doenças negligenciadas e panorama atual. Aborda-se o sentido do estigma e do preconceito, as lutas por reparação e as conquistas do movimento. Com uso da história oral, através de entrevistas e análise dos documentos do núcleo da instituição e da administração do Centro de Convivência, espera-se construir uma reflexão que contribua para ampliação de conhecimento sobre o movimento social MORHAN, resgatando sua história, suas lutas, conquistas, a busca pela igualdade de direitos e acesso as condições básicas de vida. As conclusões preliminares apontam a emergência de lideranças que obtiveram recursos e conquistas materiais, além das campanhas educativas e visibilidade dos protagonistas na sociedade local, mas apontam também para desgastes desses dirigentes e um vácuo de poder, instalando-se uma forma diferente de trabalho e um vazio na implementação das atividades após o afastamento dos primeiros dirigentes. Somente com aprofundamento e posterior análise dos depoimentos à luz das leituras poderemos afirmar o papel da organização na vida das pessoas atingidas pela hanseníase.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2079686 - ROBERTO KENNEDY GOMES FRANCO
Externo ao Programa - 1659589 - RAFAEL ANTUNES ALMEIDA
Externo ao Programa - 2277325 - JAMES FERREIRA MOURA JUNIOR