USO DE PLANTAS MEDICINAIS PARA TRATAMENTO DE DOENÇAS GINECOLÓGICAS POR MULHERES INTERIORANAS
Saúde da mulher. Fitoterapia. Terapias complementares. Doenças dos genitais femininos.
As plantas medicinais são utilizadas em terapias de doenças ginecológicas. Contudo, a segurança e eficácia desse procedimento depende do conhecimento e do uso adequado destas plantas. Este estudo tem como objetivo analisar o uso de plantas medicinais para tratamento de afecções ginecológicas por mulheres interioranas. Foi aplicado um questionário com 336 mulheres em onze unidades básica de saúde da família do município de Redenção, Ceará, selecionadas por amostragem intencional, contendo dados de identificação socioeconômicas (nome, data de nascimento, renda e escolaridade), e ainda outras questões, como: utilização das plantas medicinais, crença no poder curativo das plantas medicinais, como foi adquirido o conhecimento sobre essas plantas, utilização no tratamento de problemas ginecológicos, quais plantas, para quais enfermidade, qual parte delas é utilizada, modo de preparo, duração do tratamento e se obteve êxito com esse tratamento. Com auxílio do Software Excel 2013 os dados foram organizados e analisados através do Software Epi InfoTM versão 7. A maioria das participantes se encontravam em UBS distante da área urbana, destacando-se as unidades de Currais (14,29%; n=48) e Urucunzal (12,80%; n=43). As participantes apresentaram idade média de aproximadamente 41 anos [DP: 14,25], na sua maioria tendo escolaridade entre o ensino fundamental e médio (41,37% e 48,51%, respectivamente). As principais ocupações estão associadas ao trabalho doméstico e a agricultura, totalizando 66,66% (n=224); sendo na sua maioria casadas/união estável (58,33%; n = 196), com uma proporção materna de 83,04% (n=279) - média de 2,78 filhos (DP: 1,89), a maioria residente em zona rural (83,33%; n=280) e tem renda familiar mensal de até um salário mínimo (74,70%; n=251). Destaca-se que ao serem perguntadas: “Em caso de doença, a que/quem recorre?” - a maioria, ao especificar uma única resposta, se reporta ao profissional de saúde (57,14%; n=192); contudo, as plantas medicinais ocupam o segundo lugar com 30,95% (n=104), chegando a 152 respostas (45,24%), no contexto associado à múltipla escolha. Dentre as plantas medicinais citadas como primeira referência para o tratamento de doenças ginecológicas, destacou-se a Aroeira (35,76%; n=59) entre as 165 respostas, seguida pela Corama (15,76%, n=26) e pelo Malvarisco (12,12%; n=20), que dividem valores em comum ao se considerar o IC95%; contando-se ainda com representantes com: Ameixa, Babosa, Matruz, Chanana, Boldo, Quebra-Pedra, Romã, Noni entre outras. Conclui-se que, as mulheres que faz uso de plantas medicinais são na sua maioria residentes na zona rural, domesticas e agricultoras, e que quanto maior a idade, maior é o conhecimento delas e o uso das plantas medicinais nas afecções ginecológicas.