ENTRE MATAS E TRAJETÓRIAS: PERSPECTIVAS FEMININAS SOBRE A REATIVAÇÃO DO CAFÉ DE SOMBRA NO MACIÇO DE BATURITÉ, CEARÁ
Café de sombra; trajetórias; mulheres; Maciço de Baturité
A presente pesquisa busca compreender a relação entre as trajetórias de quatro mulheres e a reativação do ‘café de sombra’, como é chamado por elas o café cultivado na região do Maciço de Baturité, no Ceará, há mais de 200 anos. Para isso, as trajetórias constituem o trabalho por meio de conversas e acompanhamentos da associação ECOARCAFÉ - Associação dos Cafeicultores Ecológicos da Serra de Baturité, da qual todas fazem partes de maneiras distintas, principalmente levando em consideração que são todas donas dos sítios onde produzem café e mudas de café. Partindo das trajetórias pessoais, que envolvem as trajetórias familiares, e de experiências femininas, como também das “alianças parciais” que são feitas para manter a cafeicultura ativa, as relações familiares e ecológicas se confundem, sendo constantemente acionadas para lidar com problemáticas institucionais e pessoais, das quais o café sempre está presente. As descrições das experiências com o café ora são ditas a partir das experiências delas próprias, ora partem de relatos que familiares contaram, sendo estes presentes em todas as decisões finais. É versado ao longo deste trabalho a análise de como a constituição do processo de reativação da cafeicultura serrana, reivindicada como ecológica propositalmente por elas, apresenta nuances sobre suas experiências femininas e familiares inescapáveis para projetos de desenvolvimento em andamento na região.