Dissertações/Teses

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2023
Dissertações
1
  • ANA BEATRIZ JUVENCIO GONCALVES
  • Atuação de trancistas na cidade de Fortaleza: um estudo antropológico no Instagram sobre tranças, transição capilar e processos de descolonização

  • Orientador : DENISE FERREIRA DA COSTA CRUZ
  • Data: 19/05/2023
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  • Este trabalho apresenta uma análise reflexiva em torno da atuação de mulheres negras que exercem a profissão de trancistas na cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará. Este estudo se volta, em particular, para mulheres que exercem profissionalmente a prática do trançar; que geram renda e sustento por meio de seus conhecimentos e habilidades na feitura de penteados trançados; e que, desse modo, revitalizam e preservam este saber, que por sua vez, é uma herança etnocultural com origens em África (BYRD; THARPS, 2014; GOMES, 2019; SANTOS, 2013). As reflexões propostas neste estudo levam a compreender: como esse mercado se desenvolveu na cidade; quem são essas mulheres, como elas tornaram-se trancistas e como constroem suas identidades raciais; e por fim, que conhecimentos produzem, articulam e compartilham através da plataforma de rede social Instagram. Para tanto, o estudo se apoia em pesquisas já desenvolvidas nas ciências sociais que abordam a presença de mulheres negras e feministas no ciberespaço como agentes significativas na construção e ampliação de novos espaços de aprendizagens.

2
  • JESSICA EMANUELLI PEREIRA DA CUNHA
  • A VOZ DO TAMBOR PERIFÉRICO: UMA ETNOGRAFIA DE NARRATIVAS POLÍTICO-ARTÍSTICAS DO GRUPO TAMBORES DE SAFO

  • Data: 02/06/2023
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  • Esta pesquisa surge com o objetivo de investigar as práticas políticas, artísticas e de produção do conhecimento engendradas pelo coletivo Tambores de Safo, um coletivo artivista composto por pessoas cisgêneras e transgêneras, lésbicas, bissexuais e pansexuais, que pretende através da arte, sobretudo da percussão, difundir o pensamento feminista lésbico, bem como valorizar a cultura afro-brasileira e produzir conteúdo artístico-político antirracista e anticapitalista. O estudo in-tenciona compreender quais categorias esse coletivo articula no seu fazer político-artístico e quais são as potências de desarticulação da colonialidade que ele mobiliza em suas práticas. Para isso, estão sendo analisados alguns momentos de trocas coletivas protagonizados pelo grupo, bem como entrevistas realizadas com algumas das integrantes. A trajetória do grupo aqui analisado se cruza com a trajetória da pesquisadora, integrante do coletivo. A elaboração conceitual do lugar político que o coletivo pesquisado ocupa se dará em diálogo com as contribuições da teoria antropológica feminista, do feminismo lésbico e decolonial.

3
  • MELINA MARIA MARTINS DA SILVA
  • Da abjeção à transidentidade: etnografia das resistências de pessoas trans* na Unilab/CE

  • Data: 22/06/2023
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  • Esta dissertação é resultado de uma etnografia, cujo objetivo central é a compreensão de como pessoas trans* operacionalizam resistências identitárias no contexto acadêmico-universitário interiorano cearense, especificamente na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, campi Ceará. Refletindo a partir de minha experiência dissidente e propondo uma antropologia trans, problematizo questões que envolvem relações de poder, de resistência e de assujeitamento, tomando como escopo analítico os estudos trans e os estudos de gênero e sexualidades. A etnografia que emerge produz um entendimento sobre a pluralidade das existências e das narrativas no percurso das trajetórias de vida de pessoas trans* impelidas à abjeção. A análise, portanto, discute a produção das transidentidades através das narrativas de resistências, revelando, assim, a complexidade das relações e dos atravessamentos que amparam o entendimento acerca das discussões e dos efeitos sobre acesso, inclusão e permanência de pessoas trans* no ensino superior público brasileiro.

4
  • CLAUDETE DA SILVA BARBOZA
  • EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA TRUKÁ”: PROCESSOS DE LUTA, RESISTÊNCIA E RELAÇÕES DE PODER DAS INDÍGENAS PROFESSORAS

  • Data: 26/06/2023
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  • Esta dissertação objetiva refletir a partir do contexto de luta da educação escolar
    indígena, os processos que se constrói em corpos de indígenas mulheres desde de suas
    invisibilidades e silêncios, construindo um lugar de resistência e existências dessas no
    cenário atual da aldeia. A educação escolar adentra os territórios indígenas por homens,
    héteros e de superioridade branca no processo de colonização, com o objetivo de
    civilizar e integrar esses povos à sociedade da época. Durante séculos esse foi o
    discurso posto à nação, com a intencionalidade da usurpação territorial. Por meio do
    discurso educacional e da catequização é que esses corpos e territórios vão sendo
    violentados e invisibilizados. Com o passar dos anos e com os processos de resistência,
    esses/as vão retomando seus territórios e ressignificando principalmente a educação
    escolar que durante anos serviu como pano de fundo do projeto colonial. O objetivo a
    partir desse momento era de garantir e assegurar a conquista da escola indígena e
    realiza-la com qualidade. As indígenas mulheres são as protagonistas desse processo e
    começa atuar diretamente na luta de seus povos a partir da luta pela educação. Neste
    contexto coletivo aprenderam a se organizar politicamente, foram assumindo
    responsabilidades mais amplas dentro e fora das aldeias, especializando-se em
    conhecimentos de articulação, mobilização, enfrentamento ao Estado, mediação de
    conflitos, mesas de negociação levando-as a postos de lideranças. E, a bem sucedida
    luta, levou a uma assunção política como mulheres e professoras, incomodando poderes
    estabelecidos aos homens enquanto lideranças e colocando desafios permanentes a essas
    mulheres.

5
  • JAIAMY ELÂINE BERNARDO DA SILVA
  • Uma etnografia da igreja universal do reino de deus no cariri cearense: a apropriação de arquétipos afro-brasileiros nos cultos de libertação da cidade de Crato

  • Data: 26/06/2023
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  • A presente pesquisa tem como objetivo compreender como se dá a produção simbólica por meio da apropriação dos arquétipos Exus e Pombagiras nos cultos de libertação da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Crato-Ce, entendendo que tal situação faz parte de seu repertório simbólico híbrido religiofágico e seu módus-operandi. Destarte, a pretensão é de interpretar a produção dos sentidos e significados baseados nas experiências dos sujeitos a partir da busca por libertação e como esses sujeitos identificam e representam esses arquétipos em seu contexto religioso, em suas realidades sociais, imaginário, e, assim, perceber os símbolos que estão sendo representados, apropriados e em trânsito no campo religioso cratense. Na cidade, a IURD atua sob a lógica de mercado adaptando-se ao campo religioso local, criando estratégias de ofertas e adesão de serviços mágico-religiosos por parte da população que compõe a base da pirâmide social, assim, ela age apropriando-se de elementos e bens simbólicos familiares à população. Para a construção de dados, foi utilizado o método da observação participante, realização de entrevistas semiestruturadas e acompanhamento de um grupo de evangelismo no bairro Barro Branco todas as sextas-feiras antes dos cultos. Os dados coletados foram analisados com base na semiótica e vale-se das contribuições de Geertz, Mauss, Bourdieu, Durand e Laplantine. Essa pesquisa torna-se relevante pela contribuição que representa aos estudos que visam compreender a atuação da IURD na cidade, bem como constitui uma tentativa de clarificar as fronteiras obscurecidas que tem potencializado a disseminação de preconceitos, estereótipos e intolerância religiosa contra as Religiões de Matrizes Africanas- RMAs- atuantes nacidade.

6
  • MARIA APARECIDA ESTANISLAU
  • Violências Interseccionais: escutar, testemunhar e o que fazer? Etnografia junto à Casa da Mulher Brasileira-Ceará

  • Orientador : VERA REGINA RODRIGUES DA SILVA
  • Data: 15/12/2023
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  • A Casa da Mulher Brasileira-CE (CMB-CE) é uma instituição que reúne de forma integrada serviços
    especializados às mulheres vitimadas por diversos tipos de violências, no âmbito das violências domésticas,
    definidas pela Lei Maria da Penha. O objetivo da presente pesquisa é compreender a dinâmica dos

    atendimentos realizados às mulheres, especialmente as mulheres negras, que recorrem à assistência na CMB-
    CE tais quais, recepção, acolhimento psicossocial e a formação técnico-profissional das assistidas.

    Apresentamos a contextualização dos dados de violência que indicam serem as mulheres negras as principais
    vitimadas, especificando o contexto das violências no período de Pandemia do Covid-19, bem como a
    discussão sobre a categoria gênero para a compreensão e crítica das violências que incidem sobre as mulheres.
    A partir da perspectiva do feminismo negro, consideramos que além do gênero, as categorias de raça e classe,
    bem como outros pertencimentos, se articulam de forma interseccional no processo pessoal e cotidiano de
    experienciar o mundo, afetando as subjetividades e as experiências de viver e resistir. Como parte da
    compreensão das violências que estatisticamente vitimam mais mulheres negras, buscamos relembrar o
    enfrentamento e resistência apresentado historicamente por estas, desde a colonização. Trazemos dados da
    conquista do movimento feminista pelos direitos humanos e por políticas públicas que assegurem às mulheres
    uma vida sem violências e com atenção integral às diferenças e especificidades. Destacamos a história pessoal
    de Maria da Penha, que culminou na promulgação da Lei Maria da Penha, a partir da organização feminista,
    Apresentamos a inserção no campo CMB-CE, as observações e estrutura da rede de proteção e apoio às
    mulheres no Ceará. Juntamos, na presente etnografia as ‘falas’ de dez mulheres cearenses, a partir de
    diferentes abordagens e instrumentos, mas em diálogo vivencial e frutífero. Maria da Penha (2.1) por meio de
    narrativas de sua história de vida, principalmente a partir de sua obra ‘Sobrevivi, posso contar’. Entrevistas
    concedidas por Daciane Barreto, Coordenadora da CMB-CE; Régis Oliveira, Assessora Administrativa e Lucy
    Antoneli, Promotora do Ministério Público (3.3). A elas quatro se unem, em suas experiências e relatos, mais
    seis mulheres assistidas pela CMB-CE, aqui denominadas com nomes de mulheres africanas (Kya, Sanyu,
    Jahrara, Diata, Yihana e Dhakiya) que participaram das Oficinas de Bordado Criativo (3.5), realizando assim
    uma composição feminina de histórias de lutas e resistências.

2022
Dissertações
1
  • DOMINGAS DA SILVA
  •  "O tabu e o visível: tribalismo e política na eleição de 2019-2020 em Guiné Bissau"

  • Data: 24/02/2022
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  • Esta dissertação tem por objetivo analisar a prática do tribalismo na Guiné-Bissau. Trata-se de
    uma etnografia que explora os diversos aspectos do tribalismo que marcaram o cotidiano
    guineense assim como também na política. Através das relações sociais e étnicas guineenses,
    explora-se o tabu do tribalismo e suas visibilidades e consequências nos períodos eleitorais.
    De modo geral, explora alguns acontecimentos que marcaram a eleição de 2019-2020 como
    ódio, violência, divisão, acusações entre os militantes e políticos. Assim, explora o discurso
    de viva escola versus escola ika nada e viva língua portuguesa versus viva língua crioula. E,
    por último, analisa os usos dos símbolos visuais étnico-religiosos pelos candidatos como
    fenômeno fácil de reconhecimento nos boletins de votos pelo eleitorado, chamando atenção
    ao seu grupo étnico e religioso.

2
  • ISADORA FAÇANHA GURGEL FREIRE
  • “Lesbianidades negras, periféricas e enlutadas em compromisso com a memória: o caso Luana Barbosa”.

  • Data: 25/03/2022
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  • O trabalho a seguir pretende compreender quais constituintes discursivos e materiais das versões que abrangem o “caso Luana” - como ficou conhecido o episódio de morte de Luana Barbosa dos Reis Santos, em 2016, no estado de São Paulo, durante uma abordagem da Polícia Militar. Para isso, vale-se do acompanhamento das atividades do principal grupo de mulheres organizadas em torno do evento, a Coletiva Luana Barbosa, devido ao intenso engajamento do grupo pela causa dos direitos humanos a partir da sensação contínua de luto e do medo da repetição, entre elas, de mais casos semelhantes ao de Luana. Partindo das vivências, noções de si e descrições narradas por algumas das ativistas envolvidas na organização, como também dos embates movidos pelas rotinas burocráticas e artefatos judiciários por parte da defesa dos policiais, são múltiplas as “apreensões de realidade” que circulam em todos os capítulos deste trabalho. São elas as falas de protestos contra o processo lento de um Estado ora aliado, ora negligente, de um lado, e as visões discordantes sobre a presença, atividades e abordagem dos Direitos Humanos na Justiça, de outro. Cabe a esta pesquisa o levantamento e a análise das múltiplas e polissêmicas relações que dão coerência e consistência às versões construídas no decorrer dos anos após a morte de Luana Barbosa e, dessa maneira, das diferentes perspectivas de realidade instituídas acerca de quem pode ser vítima no Brasil.

3
  • ANTONIO ANDERSON CANCIO MOTA
  • BIO-GRAFIAS DO CUIDADO ENTRE HUMANOS E CÃES.

  • Data: 20/04/2022
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  • Este trabalho trata das relações que se estabelecem entre humanos e cães em contextos familiares da cidade de Fortaleza e entorno metropolitano. Tem por objetivo compreender a dinâmica dessas relações a partir das narrativas de interlocutores que conferem aos seus cães o status de membro familiar, filhos, constituindo assim, aquilo que a literatura convencionou nomear de família multiespécie. Nesse caminho, o cuidado, como exercício, prática e obrigação e as suas implicações no desenvolvimento da humanização, da “filhotização”, que ocorre no exercício da maternagem e das possíveis formas de cuidar e ser cuidado em uma complexa rede de relacionalidades que conectam espécies atuantes é o tema geral que atravessa essa dissertação. O material etnográfico descrito e interpretado foi obtido durante a pesquisa de campo, ocorrendo a partir da análise de entrevistas jornalísticas, do acompanhamento de redes sociais, do acionamento de memórias pessoais e das perspectivas apresentadas pelos interlocutores que reconhecem cães ora como sujeitos, familiares ou parentes, ora como objetos ao longo de histórias de vida e morte que se complementam em rede, em um fluxo conectivo de materiais, práticas e domesticidades.

4
  • GRAZIELA DE OLIVEIRA ALMEIDA
  • Mulheres negras em ação: uma análise sobre as resistências tecidas pelas feministas negras na capital cearense.

  • Data: 27/04/2022
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  • A história da construção do território Brasileiro enquanto nação carrega uma série de violências referentes a uma dominação colonial que por aqui chega a impor hierarquias de poder. Corpos negros, femininos, se encontram historicamente sob a mira de uma estrutura social que valoriza padrões dos colonos e inferioriza a cultura dos colonizados. Diante disso, este trabalho busca pensar nas resistências femininas cearenses, através das construções tecidas pelos movimentos feministas na capital, Fortaleza, em principal o Instituto de Mulheres Negras e os Tambores de Safo. Para traçar uma linha temporal de suas ações no exercício de uma pesquisa qualitativa,  utiliza-se de uma análise documental, partindo de uma busca, através das redes sociais e da imprensa, das suas últimas atividades no correr de março de 2021 a março de 2022. Diante disto, encontram-se movimentos feministas que seguem tecendo resistências plurais, com o fortalecimento de uma rede nacional e regional, denotando a importância de se pensar as particularidades e as diferenças femininas. Demonstram, ainda, uma forte bandeira de luta no que corresponde à participação política, construindo diálogos e ocupando. Deste modo, este trabalho aponta a importância desses espaços como resistência a um contexto social histórico de violência e da exclusão. Visando a construção de uma sociedade que seja, de fato, mais igualitária e participativa.

5
  • AMADEU CARDOSO DO NASCIMENTO
  • TRAVESTIS EM TODOS OS LUGARES: UMA INVESTIGAÇÃO ANTROPOLÓGICA DE RESISTÊNCIAS/ALIANÇAS E ATIVISMO DE/COM TRAVESTIS EM FORTALEZA
  • Data: 09/11/2022
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  • Esta pesquisa consiste em uma etnografia informada pela perspectiva transfeminista que procura compreender as alianças, resistências e ativismos de travestis na busca pela garantia de seus direitos sociais, civis e políticos. O universo estudado é a cidade de Fortaleza, CE, especificamente os espaços de alianças nos quais as travestis resistem e atuam. O trabalho se debruça tanto sobre as trajetórias de vida de ativistas como Janaína Dutra, Thina Rodrigues, Andrea Rossati e Dediane Souza e de suas herdeiras, quanto sobre a descrição de atos políticos diversos que perfazem os movimentos sociais dos quais fazem ou fizeram parte. Tendo por inspiração fundamental as obras Nascimento (2021), Jesus (2019) Oliveira (2018) e aportes teóricos como a teoria queer de Butler (2019, 2020, 2021), além dos estudos decoloniais e pós-coloniais, recorre-se à análise de documentos, à observação participante e às entrevistas de tal forma a promover uma descrição da constituição e da configuração presente do movimento no estado.

6
  • BRUNO DE CASTRO BRITO
  • Tudo o que nóiz tem é nóis: um estudo sobre narrativas negras no jornalismo brasileiro

  • Data: 02/12/2022
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  • Esta pesquisa reflete sobre a atuação de mídias negras brasileiras a partir do entendimento de que elas são compostas por pessoas negras e escrevem para pessoas negras. O estudo busca compreender por que essas plataformas de conteúdo existem, como atuam articulam-se no correr dos anos, de que maneira lidam com demandas sociais e em qual perspectiva as trajetórias interseccionam-se e são atravessadas também pelas narrativas de vida das pessoas que delas fazem parte. Utilizando-se da técnica "bola de neve", 12 pessoas negras de três recortes temporais diferentes foram selecionadas para entrevistas semiestruturadas abertas. As/os interlocutoras/es são dispostos de forma equânime quanto ao gênero e falam de seis estados em quatro regiões distintas, quais sejam: São Paulo e Rio de Janeiro, no Sudeste (6 pessoas); Ceará e Bahia, no Nordeste (4 pessoas); Rio Grande do Sul, no Sul (1 pessoa); e Amazonas, no Norte (1 pessoa). Ao referencial teórico, são evocados/as exclusivamente intelectuais negros/as da Antropologia, da Comunicação e de áreas afins das Ciências Sociais e Humanas. Trata-se, portanto, de engendrar a discussão com o vivido pelas personagens da pesquisa a partir de uma hermenêutica negra, de conceitos básicos de consciência negra, identidade, negritude, racismo estrutural (ALMEIDA, 2019) e etnomídias, e do entendimento de que afeto, teoria e política, o tripé fundamental à existência humana, estão interligados.

7
  • CAIO BARBOSA PORTELA
  • IDENTIDADES BRASILEIRAS: Histórias de vida e relações étnico-raciais no Ministério Público Federal do Brasil

  • Data: 12/12/2022
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  • Essa pesquisa consiste num estudo antropológico que parte da seguinte reflexão: como cada história de vida combinada ao conhecimento que adquirimos a partir das teorias raciais críticas podem afetar a percepção que temos sobre a nossa própria identidade e a do Outro, interferindo em autodeclarações e heteroidentificações, instrumentos centrais na execução da política de cotas raciais no Brasil? A investigação desenvolve-se a partir de dados colhidos no Ministério Público Federal (MPF) brasileiro. Foi feita uma análise situacional do campo empírico e uma breve revisão bibliográfica sobre os conceitos: raça, racismo, mestiçagem e identidade étnico-racial. As metodologias utilizadas foram: Autorreflexão e Histórias de Vida (HV). As técnicas de pesquisa adotas foram a participação observante, a etnografia de arquivos e a entrevista etnográfica. Foram realizadas 6 entrevistas com pessoas autodeclaradas: brancas (2), amarela (1), pretas (2) e parda (1 que se autodeclarou améfricana), atuantes nas políticas afirmativas do MPF. Os fundamentos teórico-metodológicos dessa investigação baseiam-se nos trabalhos de Nogueira ([1955] 2006), Fernandes ([1972] 2013), Hampâté Bâ (1981), Ramose (1999; 2002; 2021), Favret-Saada (2005), Queiroz (1988), Paulilo (1999), Meksenas (2002), Munanga ([2004] 2019), Beaud & Weber (2007), Domingos (2017; 2020) e Balduíno (2021).

2021
Dissertações
1
  • KARLENE DA SILVA ANDRADE
  • BAR DAS LUZES: CORPOS EM RE-EXISTÊNCIAS, UMA ETNOGRAFIA


  • Data: 12/01/2021
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  • Este trabalho aborda práticas de sociabilidades LGBTQI+ na cidade de Fortaleza-Ceará, tendo como lócus principal o bar “The Lights”. Observo que as pessoas que transitam no espaço são consideradas politicamente à margem, ao pensarmos uma análise macro de corpos socialmente discriminados, ou seja, tudo que não se enquadra em um corpo padrão branco heteronormativo. E é por meio da análise etnográfica que percebo como as relações no espaço de lazer se afirmam na perspectiva de gênero, raça, sexualidade e classe. Analiso para isso as práticas relacionais dos sujeitos no e com o espaço de lazer na cidade, por exemplo, nas inscrições dos muros e paredes do lugar. Também uso como extensão de meu campo a internet. Reflito a partir de um olhar antropológico, sobre o estar na cidade de modo a colocar meu próprio corpo nela, respeitando as corporeidades que nela habitam, incluindo a minha, com o tato para perceber que cada contexto do meu campo possui seus próprios significados. Penso a pluralidade de vivências que se encontram em suas possíveis formas transgressoras, como meu objetivo comum para essa diversidade, que ultrapassa as práticas homossexuais masculinas, porém sem as excluí-las. Amplia-se assim, as discussões sobre o tema urbano com a visão de uma antropologia feita na cidade que pesquiso, contribuindo para um fortalecimento de promoção da diversidade, dialogando com os direitos humanos em seus pontos mais básicos, como o direito à vida e à liberdade.

2
  • NUMNA TÉ
  • A interiorização do ensino superior e as experiências de mudança nos interiores do Brasil: o caso de Acarape e Redenção

  • Data: 05/02/2021
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  • Esta dissertação, intitulada A interiorização do Ensino Superior e as experiências de mudanças nos interiores do Brasil: o caso de Acarape e Redenção, é um estudo etnográfico realizado nos municípios de Acarape-CE e Redenção-CE em 2019-2020 que busca descrever as experiências de mudança que vêm ocorrendo nessas localidades. Tais mudanças se iniciaram na última década, a partir do momento em que a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) foi implantada. Esta Universidade é resultado da ação do projeto da interiorização e internacionalização do Ensino Superior brasileiro. As experiências dinâmicas tiveram o seu ápice a partir do momento que os agentes da Unilab, principalmente os estudantes internacionais, começaram a se estabelecer temporariamente para fins acadêmicos. Por um lado, a estadia desses agentes nos municípios desencadeou a concorrência quanto à ocupação das residências. Isso motivou os proprietários a realizarem a requalificação e a construção de novos imóveis. Por outro lado, ampliou e variou o consumo dos produtos de primeira necessidade. Em torno disso, os antigos moradores das duas cidades começaram a assistir a uma nova configuração do modo de vida que sucedeu o anterior. Isso motivou a disparada no preço dos aluguéis e dos produtos da primeira necessidade. Essas conjunturas alteraram o custo de vida, que antes era razoável as pessoas menos favorecidos financeiramente nos bairros de Centrais. Situação que interfere na convivência sociocultural dos antigos moradores e recém-chegados estudantes internacionais. Assim, trabalhamos com o objetivo de entender o modo como o processo dinâmico de mudança tem se insinuado no cotidiano dos antigos moradores. Também estudamos as formas como os antigos moradores e recém-chegados estudantes se inter-relacionam. Para tanto, usamos um método clássico da pesquisa de campo, a observação participante. A análise de resultado sinalizou que há mudanças em curso e que há conflitos sociais decorrentes do encontro entre estudantes e antigos moradores, entre outros fatores sociais. Concluímos sugerindo que a universidade foi concebida como um projeto de desenvolvimento, mas que o lugar dos antigos moradores não foi pensado.

3
  • JULIANA SILVA CHAGAS
  • As Formas de Autoinscrição na Moda Afro Fortalezense

  • Data: 04/03/2021
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  • Este trabalho, de cunho antropológico, trata das relações estabelecidas entre negritude e moda na cidade de Fortaleza/CE. A pesquisa aborda questões sobre identidade e noção de pessoa a partir do contexto socioespacial e da produção e comercialização de indumentárias designadas pelas interlocutoras como moda afro. A primeira parte da pesquisa de campo é composta por entrevistas em profundidade que realizei com três produtoras de moda afro, Lita Stéphanie, Yasmin Djalo e Patrícia Bittencourt, em que pude investigar seus modos de identificação como pessoa negra e sua relação com seu ofício, o qual qualificam como afroempreendedorismo. A segunda parte da pesquisa se dá na loja colaborativa Cearafro, junto à sua idealizadora e também afroempreendedora Aliciane Barros, em que pude observar em que medida noções como a de diáspora e de identidade se entrelaçando com suas práticas comerciais podem ser meios de acessar e manter seus vínculos de negritude, como também como o afroempreendedorismo, ao promover um contato permanente entre pessoas negras afrocentradas, atua no fortalecimento destes.

4
  • MESSIAS DOUGLAS COELHO PESSOA
  • O pessoal do Ceará: a mobilização das pessoas e do movimento nacional da população em situação de rua em Fortaleza

  • Data: 01/04/2021
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  • Esta dissertação é uma etnografia sobre a atuação política de pessoas em situação e superação de rua. Objetivo mostrar a dinâmica das pessoas em situação e superação de rua e o Movimento Nacional da População de Rua em Fortaleza, Ceará. Multiplicando um trecho do seu já difícil universo, mas que a partir das dificuldades, este funciona como combustível para sua luta. Analisando assim a forma com que grupos em extrema vulnerabilidade se organizam, como estes se apropriam da militância e o quanto ela é importante para as suas vidas, para conseguir políticas públicas e dar ao Estado a legibilidade sobre o seu mundo. A pesquisa feita dialogicamente com o segmento, fez com que o estudo fosse capaz de observar fenômenos como o da superação de rua. O método etnográfico foi capaz de entregar a imersão necessária para aprender parte desta realidade difícil, bem como compreender o combustível da militância, não dando voz ao grupo historicamente excluído, mas multiplicando-as através da escrita. O movimento social da população em situação de rua na capital cearense é mais do que um espaço de embates contra antagonistas, de luta por políticas públicas, é uma forma dos militantes encontrarem seu espaço, ele — o movimento — é a inscrição para buscar dias melhores, é um norte para os militantes seguirem a fim de um bem coletivo, em prol da superação de rua.

5
  • ANA PAULA FONSECA BRAGA
  • Mulheres Negras e Resistência: Uma Análise Antropológica de Narrativas Sobre o Acesso à Educação Superior em Redenção-CE

  • Data: 28/05/2021
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  • Esta pesquisa analisa trajetórias femininas de jovens mulheres negras que tiveram acesso ao ensino superior, de modo a discutir suas percepções sobre as intersecções entre relações de gênero e raça. O estudo tem como universo a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), sendo realizado com jovens negras,  estudantes em Redenção e ativistas, matriculadas em cursos de graduação da UNILAB. A proposta almeja produzir conhecimento antropológico sobre a construção social do feminino local e suas lutas pelo direito de aparecer e existir, oportunizando lugares de fala e a construção de relações de gênero mais igualitárias. A hipótese sustentada é que a política de acesso à educação superior é um marcador nessas trajetórias, oportunizando reflexões pessoais sobre formas de exclusão, opressão, preconceito e discriminações vividas. A pesquisa envolve observação-participante e coleta de entrevistas semiestruturadas que exploram as dimensões da história familiar, relações de gênero, religião, relações raciais, ativismo, acesso à educação, etc. Dessa forma, fazer etnografia neste contexto significa provocar um desenraizamento, onde se pretende desvendar através do diálogo, lugares de fala.

6
  • ANTONIO JEOVANE DA SILVA FERREIRA
  • "(Re)afirmando Direitos: uma etnografia da luta quilombola por acesso e permanência no ensino superior cearense – caso Unilab”

  • Data: 26/10/2021
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  • A presente dissertação trata de estudo etnográfico acerca do trajeto de luta e de mobilização quilombola por acesso e permanência no ensino superior público no estado do Ceará, particularmente no âmbito da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). A constituição desse campo analítico traz à baila as discussões, os tensionamentos e os diálogos construídos para a efetivação de uma política afirmativa que contemple as especificidades quilombolas no ensino superior. No final de 2017, após a formação de alianças internas e externas estabelecidas entre o Movimento Quilombola, docentes do curso de Licenciatura em Pedagogia e a Pró-Reitoria de Graduação da Unilab, a instituição publicou o edital nº 33/2017 que orientou a realização do primeiro Processo Seletivo Específico para o ingresso de Indígenas e Quilombolas na instituição. A partir da entrada dos primeiros universitários quilombolas, diferentes demandas foram sendo apresentadas desde aspectos estruturais e financeiros como também a expansão de vagas para todos os cursos de graduação e pós-graduação na Unilab. Para compreender essa questão, esse estudo entrelaça uma perspectiva etnográfica para captar a pluralidade de experiências vivenciadas por esses estudantes na esfera universitária. Quanto à coleta de dados esta se alinhou à observação participante, diário de campo, aos registros fotográficos e as entrevistas. Como a pesquisa foi atravessada por uma crise pandêmica, impossibilitando contatos presenciais, agregamos ao estudo elementos analíticos oriundos dos meios digitais como capturas de tela, mensagens de texto, realização de vídeos chamadas e de voz via WhatsApp, áudios e análise de documentos e gravações de reuniões realizadas pelo Google Meet. As entrevistas, em particular, ocorreram com 06 estudantes que ingressaram nas entradas 2017.2, 2018.1 e 2018.2 e estão matriculados nos cursos de maior predominância como Agronomia, Antropologia, História e Pedagogia. O conjunto de dados analisados aponta que o acesso à Unilab perpassa múltiplos aspectos como as pressões exercidas pelo movimento quilombola, a organização político-estudantil da juventude, bem como as estratégias para permanecer no âmbito universitário tendo como marcadores a construção de redes de solidariedade e cooperação, alianças com outros grupos étnico-raciais e as reivindicações por melhores condições de permanência e uma formação exitosa.

     

7
  • FRANCISCO REGINALDO DA SILVA SANTOS
  • A CAÇA COMO FERRAMENTA DE AUTOAFIRMAÇÃO ÉTNICA DO POVO INDÍGENA KANINDÉ DE ARATUBA: DO MUSEU AO “MONDÉ”.

  • Data: 29/10/2021
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  • O povo indígena Kanindé de Aratuba habita no município de Aratuba, estado do Ceará, dividido entre a aldeia Fernandes e a aldeia Balança, cuja maior parte do território situa-se na Área de Proteção Ambiental/APA da Serra de Baturité. De acordo com os relatos e documentos, chegaram na região ainda no século XIX e se expandiram na “quebrada dos Fernandes” no início do século XX. O ano de 1995 marca o início do movimento de afirmação étnica e, atualmente, continuam mobilizados na luta por seus direitos. Este estudo visa enveredar pelas narrativas contadas, recontadas e transmitidas de geração em geração, que nos foram legadas através de uma diversidade de processos históricos, étnicos e culturais, analisando-as através de uma abordagem epistemológica baseada nos saberes e fazeres da caça que segue os caminhos da antropologia cultural e social. Investigaremos esses processos buscando compreender as relações entre a atividade da caça e o processo de autoafirmação étnica do povo Kanindé. Trilhar esses caminhos significa buscar entender como se dão outras relações entre ser humano e o ambiente, nas esferas culturais, espirituais e simbólicas e como estas pontes se interligam através da caça. Baseados nessas linhas de pesquisa, faremos uma viagem do museu ao “mondé”, um dos principais tipos de armadilha utilizado para apreensão de animais. Apesar das várias veredas a serem trilhadas e da busca de vários caminhos, esta pesquisa chega a um determinador comum: mostrar como a caça é um ponto essencial no processo de autoafirmação étnica do povo Kanindé em todos os seus aspectos levando em consideração principalmente o aspecto cultural e territorial.

2020
Dissertações
1
  • ANTONIO RENALDO GOMES PEREIRA
  • SEDE ETERNA: AS RELAÇÕES COM OS MORTOS NO POVOADO DE ALMAS

  • Data: 07/12/2020
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  • Este trabalho trata das relações que se estabelecem entre vivos e mortos no semiárido
    cearense. Tem por objetivo compreender a dinâmica dessas relações a partir das
    narrativas de devotos e observadores das cenas rituais de acordo com a lógica
    empreendida no povoado de Almas, Cariré–CE. Proponho uma análise interpretativa do
    ritual de culto aos mortos, tomando a oferenda como elemento central na instituição das
    relações entre vivos e mortos, que resultam em favorecimentos mútuos. Observo a
    periodicidade e as significações elaboradas desde a composição da oferenda, em que a
    água aparece como símbolo mais recorrente, norteado pela crença na necessidade de
    aplacar a sede do morto. O material etnográfico descrito e interpretado foi obtido
    durante a pesquisa de campo, no período entre 2018 e 2020, no município de
    Cariré–CE. Constata-se que a crença na ação dos mortos sobre a vida cotidiana,
    individual e/ou coletiva tem sua identificação na religiosidade adotada pelos devotos,
    pois apesar de tratar-se de uma forma de ritual alheio aos preceitos oficiais da religião
    em voga no povoado, os praticantes do culto percebem-no como uma expressão do
    catolicismo, apontando a fé como base da atividade votiva. Há uma memória ativa na
    oralidade do povoado, que atua na transmissão da crença e dos ritos entre gerações.

2019
Dissertações
1
  • PETI MAMA GOMES
  • Mulheres em associação na Guiné-Bissau: gênero e poder em Babock e Bontche

  • Data: 02/08/2019
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  • Esta dissertação é fruto de um trabalho antropológico sobre duas associações de mulheres em Guiné-Bissau – Mandjuandade Amizade de Babock na região de Cacheu, setor de Canchungo, e Cooperativa Bontche no bairro de São Paulo, capital de Bissau. A pesquisa procurou trazer reflexões voltadas para outras formas de conceber a experiência feminina, bem como suas respectivas epistemologias, a partir de uma perspectiva assumidamente africana - em especial guineense. Entende-se, neste trabalho, que há outras e variadas maneiras de pertencer e se identificar ao gênero feminino. Por isso, os termos Mandjuandade Cooperativa procuram situar e problematizar essa identificação a partir das relações sócio-político-ideológicas, inseridas em redes de mulheres que lhes conferem poder simbólico em Guiné-Bissau e dão suporte aos seus trabalhos de agricultura, comércio e costura. A etnografia foi escolhida como método de inserção e compreensão do campo de investigação,o que nos permitiu observar os modos de organização social feminina e analisar as narrativas e representações identitárias relativas ao modo como as mulheres percebem a sua agência e os elementos que constituem as suas atividades e rotinas diárias.

2
  • JEAN SOUZA DOS ANJOS
  • Amor, Festa, Devoção: a Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas

  • Data: 20/08/2019
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  • Este trabalho é uma narrativa visual resultado de uma pesquisa etnográfica sobre a Festa da Rainha Pombagira Sete Encruzilhadas na Cabana do Preto Velho da Mata Escura, terreiro de Umbanda localizado no bairro Bom Jardim, em Fortaleza-CE. A festa é o elemento central da pesquisa que também é norteada por questões da religião, corpo e imagem. A narrativa visual é composta por imagens produzidas pelo autor e são reveladoras de mapas de compreensão para o exercício de uma Antropologia Visual. O texto é uma descrição das sete giras, do cortejo, da matança e da Festa da Rainha, evidenciando suas complexidades e tensões no universo religioso e cultural da comunidade de terreiro. O trabalho propõe um olhar relacional entre escrita, imagem e poética colaborando como o conhecimento da Antropologia Visual e da religião no Brasil.

3
  • MONA LISA DA SILVA
  • Das Ruas ao Ciberespaço: ativismo e ciberativismo de mulheres negras na era virtual

     

  • Data: 02/09/2019
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  • A partir da constituição de 1988 e do processo de redemocratização do país em meados
    dos anos de 1980-1990, o Brasil se encontrava em um período sócio-histórico-político e
    econômico que possibilitou o surgimento de diversas ONGs e movimentos sociais –
    inclusive o de mulheres negras –. O Ciberespaço, a partir da segunda metade dos anos
    noventa propiciou para as ONGs e os Movimentos Sociais um espaço onde narrativas
    contra hegemônicas advindas desses grupos ganhassem mais força, atingissem outras
    pessoas e chegassem em outros contextos a partir de processos técnico-comunicacionais
    que facilitavam a interação e a mobilização política desses movimentos. Isto posto, esta
    dissertação busca compreender, a partir da Rede de Ciberativistas Negras-CE, como o
    ciberativismo de mulheres negras contribui e/ou pode contribuir com as mobilizações
    políticas do movimento negro, de forma geral, e do feminismo negro, de forma
    específica. Para isso, optou pela metodologia de pesquisa de cunho qualitativo de base
    antropológica, onde utiliza-se a etnografia em ambientes online ou netnografia de
    Robert V, Kozinets (2014). Para se chegar nos objetivos propostos, inicialmente
    apresentou uma discussão sobre a base do pensamento feminista negro norte-americano
    a partir de mulheres negras tidas como pioneiras negras. Em seguida, traçou-se a
    trajetória do movimento de mulheres negras brasileiras, a partir de movimentos ainda no
    pré-abolição até chegarem ao ciberespaço. Por fim, apresentou-se o movimento das
    mulheres negras no ciberespaço, a partir da Rede de Ciberativistas Negras.

4
  • FRANDERLAN CAMPOS PEREIRA
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    " O Cajueiro do Saber: Educação, Luta pela Terra e Espiritualidade no Campo Experimental do Território da Libertação – Almofala – Itarema – Ceará "

  • Data: 16/09/2019
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    Essa dissertação aborda elementos étnicos presentes em Almofala, distrito do município de Itarema, no Ceará. Apresenta um contexto político acerca das relações sociais desenvolvidos em uma escola de Educação Popular do Campo, com uma interseção entre uma identidade histórica de Luta pela Terra e Ecologia. Uma interpretação etnográfica sobre a relação de um concatenado de povoados que cultivam uma espiritualidade em torna das relações com a natureza local, representada pela afirmação de vínculo com as raízes dos cajueiros, simbolicamente representadas pelo Cajueiro do Saber e por uma devoção à Santa da Luta pela Terra, Nossa Senhora da Libertação. Devoção essa que congrega uma cosmogonia em comum aliada às formas de vida em um território, o Território da Libertação. Essa devoção se alia a uma afirmação de ancestralidade indígena Tremembé e a um referencial de liberdade, diante das inúmeras reinvenções culturais em diálogo com o propósito de construção de uma soberania popular.


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