Banca de QUALIFICAÇÃO: EURICO PAULO SAMPA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: EURICO PAULO SAMPA
DATA: 15/12/2025
HORA: 10:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO:

FENÔMENO EDUCATIVO NA COSMOPERCEPÇÃO AFRICANA: UMA ABORDAGEM A PARTIR DO RITUAL DE BNIN DO POVO MANKANHI DA GUINÉ-BISSAU

PALAVRAS-CHAVES:

Guiné-Bissau; povo Mankanhi; ritual de Bnim; fenómeno educativo; cosmopercepção africana

PÁGINAS: 151
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Interdisciplinar
RESUMO:

A presente dissertação propõe-se a entender o fenômeno educativo através do ritual de Bnim do povo Mankanhi da Guiné-Bissau na base da cosmopercepção africana. Destaca-se a perspectiva educativa e o processo de ensino/aprendizagem que não está circunscrito ao espaço do ensino formal institucionalizado, este se instalou na realidade africana com a chegada da colonização europeia, continuada na figura de Estado no pós-independência. Partimos do pressuposto de que a educação, enquanto fenômeno social, ela está ligada e é influenciada por valores culturais, econômicos, político/ideológico e histórico da sociedade onde está inserida. No contexto africano, sobretudo pré- colonial, o fenômeno educativo pode ser entendido através do cumprimento dos rituais a partir da escola de iniciação, que antecedia o ritual do casamento. Para compreensão do objeto estudado, fizemos um recorte temporal de três períodos, a saber: pré-colonial; colonial e pós-colonial. Entendemos a colonização europeia/portuguesa como a negação do “Processo Civilizador” aos povos colonizados, incluindo o seu fenômeno educativo, cuja a finalidade dessa negação foi a exploração econômica. No contexto pós-colonial, propomos a analisar a relação entre a tradição e a modernidade nos desafios da formação do Estado da Guiné-Bissau no contexto pós-independência, destacando principais divergências jurídicas entre o casamento tradicional e civil. No que tange ao procedimento metodológico, apropriamos do método de abordagem qualitativa na perspectiva fenomenológica, articulada interdisciplinar, para entender como o fenômeno educativo, na perspectiva do povo Mankanhi, pode ser percebido, dialogando com a extremidade de diferentes áreas disciplinares para construção do nosso objeto: antropologia social, estudos africanos, sociologia e história; contando também com a técnica da pesquisa bibliográfica, que nos permitiu fazer um enorme levantamento dos dados dispersos pelo espaços. As entrevistas semiestruturadas serão feitas depois da qualificação. A cosmopercepção africana, em detrimento da cosmovisão Ocidental, permite a combinação dos sentidos na percepção do mundo sem qualquer hierarquização dos sentidos, também leva em consideração as dimensões invisíveis e imateriais (Transcendência, espíritos e ancestrais) no processo da interação social e educativo no cotidiano. Sendo assim, o fenômeno educativo na cosmopercepção africana acontecia, essencialmente, por intermédio do cumprimento de ritual na base de classe idade. Os rituais são saberes africanos endógenos que não são superados num tempo cronológico e numa dimensão espacial. Os rituais não são também pré-condição para existência de um outro tipo de conhecimento, cujo fundamento epistemológico é diferente dele. Os rituais, sobretudo de iniciação, são práticas socioculturais, espirituais e sagradas, que permite formação biopsicossocial e espiritual do ser humano africano, isto é, lhe permite manter contato com o mundo invisível/imaterial, integrar o indivíduo na sociedade, criar consciência coletiva de um povo, estabelecer moral de um grupo social e assegurar ordenamento social. Os rituais, continuam a ser relevante para o contexto africano e Mankanhi em particular, uma vez que a sua respeitabilidade, cumprimento e o seu carácter sagrado e social assegura interação com o mundo invisível/imaterial e cumprimento de “fato social”.

MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ADILSON VICTOR OLIVEIRA - NENHUMA
Interno - 1217639 - MARA RITA DUARTE DE OLIVEIRA BERRAOUI
Presidente - 2343797 - RICARDO OSSAGÔ DE CARVALHO