A INTEGRAÇÃO DOS SABERES TRADICIONAIS AGRÍCOLAS GUINEENSES NO CURRÍCULO DA AGRONOMIA DA UNILAB
CONSIDERANDO O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Desenvolvimento sustentável; Saberes tradicionais; agrônomos/as; educação ambiental; Unilab.
Esta pesquisa investigou como a temática do Desenvolvimento Sustentável e saberes tradicionais agrícolas guineense tem sido abordada junto ao curso de Agronomia da Unilab. Para tanto foi desenvolvida pesquisa qualitativa, baseada na interdisciplinaridade, buscando conceitos que abrangem vários campos de estudo, tanto das ciências ambientais, sociais, quanto das ciências naturais. Para a produção da pesquisa, em primeiro momento, procedeu-se com revisão da literatura, em segundo momento, foi efetuada a pesquisa de campo, sendo observado o funcionamento desse curso em relação à temática da pesquisa, acompanhado com entrevistas semiestruturadas ou aplicação de questionários, aos/às docentes e discentes. A política de ensino do curso de Agronomia da UNILAB está fundamentada na interdisciplinaridade, flexibilização curricular, diálogo intercultural e interação teoria-prática, e assenta-se em valores do ensino como prática de liberdade, que vê a educação a partir da contextualização do ser humano em sua história e o seu contexto sociocultural. Considera-se que a formação de agrônomos/as da UNILAB deve refletir compromisso com desenvolvimento sustentável, de modo geral, considerando os saberes tradicionais dentre da matriz curricular e em particular os saberes tradicionais agrícolas guineenses. No universo de 238 estudantes do curso de Agronomia com vínculos ativos, destacamos a presença de 50 estudantes guineenses, o que corresponde a 21% de modo que importa que os saberes tradicionais guineense e dos demais países sejam apresentados dentro do referido curso. A partir das manifestações dos/as estudantes foi possível constatar, dentre outros elementos, que a estrutura curricular do curso de Agronomia está em certa medida desfocada das práticas, saberes tradicionais e sistemas agrárias dos Países Africano da Língua Oficial Portuguesa (PALOP), referentes a estes países: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Tal avaliação se dá em virtude da inexistência de componentes curriculares voltados ao estudo das práticas agrícolas e saberes tradicionais sustentáveis, o que consequentemente se dá na falta de projeto de extensão sobre a forma de fazer agricultura, cultivo etc. que contempla os países supracitadas e membros do projeto UNILAB.