"EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA ADIAR O FIM DO MUNDO”: PRÁTICAS EDUCATIVAS INTEGRADAS NO CONTEXTO DO RACISMO AMBIENTAL NO ENSINO MÉDIO
Educação Ambiental; Práticas Educativas; Sustentabilidade.
Este trabalho emerge da inquietação de uma professora e ambientalista acerca de como o seu papel enquanto educadora e o instrumento que ela possui, a educação, pode transformar a realidade do espaço ao qual vivência. A Educação Ambiental entra como pilar central nesta perspectiva, visando uma prática de aprendizagem libertadora atrelada aos aspectos de defesa do meio ambiente, além redução das problemática advindas da crise climática. Daí a ideia de uma “Educação Ambiental para adiar o fim do mundo”, parafraseando Krenak (2019), em um cosmo percepção que vá na contramão do sistema predatório capitalista, visando “adiar” a nossa existência nessa terra. Esta pesquisa tem como objetivo avaliar duas práticas educativas dialogadas com tema Racismo Ambiental no Ensino Médio que podem contribuir na conscientização ambiental. O trabalho foi desenvolvido na Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, em Fortaleza (CE), por meio de uma pesquisa participante, envolvendo quinze estudantes distribuídos nas três séries do Ensino Médio. As ações pedagógicas foram estruturadas em três etapas: (i) diagnóstico inicial das percepções sobre meio ambiente e racismo ambiental; (ii) realização de práticas educativas integradas, como rodas de conversa e aula de campo virtual via Google Earth; e (iii) aplicação de um questionário final para avaliar os impactos da experiência formativa. Os resultados evidenciaram um avanço significativo na compreensão dos estudantes acerca das problemáticas ambientais e do racismo ambiental em seus territórios, indicando maior senso de pertencimento e responsabilidade socioambiental. As falas e respostas dos estudantes revelaram uma ampliação da consciência crítica e da sensibilidade para as dimensões ético-raciais da questão ambiental. Conclui-se que as práticas educativas desenvolvidas contribuíram para fortalecer o vínculo entre escola, território e meio ambiente, promovendo uma aprendizagem emancipadora capaz de articular saberes científicos, populares e vivenciais. Assim, reafirma-se que educar ambientalmente é também educar para adiar o fim do mundo, pela via da esperança e da transformação coletiva.