RACISMO AMBIENTAL: UMA ANÁLISE DO IMPACTO E MITIGAÇÃO ATRAVÉS DA QUÍMICA VERDE EM TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS
Racismo ambiental; Comunidades quilombolas; Química verde; Justiça ambiental; Saberes tradicionais
A presente dissertação investiga a presença e os impactos do racismo ambiental em comunidades quilombolas do Ceará, analisando suas relações com saúde, educação, políticas públicas, economia e infraestrutura/saneamento. A pesquisa, de caráter quali-quanti, fundamenta-se em referenciais como Nego Bispo, articulando conceitos de justiça ambiental, química verde e saberes tradicionais. Foram estudadas três comunidades quilombolas, Serra do Evaristo, Pindoba e Cumbe, por meio de grupos focais, entrevistas e análise de dados estatísticos sobre condições ambientais e socioeconômicas. Os resultados evidenciam que os impactos ambientais nessas comunidades decorrem, em grande parte, da ausência de políticas públicas efetivas, da negligência histórica do Estado e de práticas que perpetuam desigualdades estruturais. Observou-se, ainda, a permanência de saberes tradicionais alinhados aos princípios da química verde, como práticas agrícolas sustentáveis e estratégias comunitárias de manejo ambiental. A partir dessas evidências, a pesquisa propõe ações de química verde adaptadas à realidade local, visando mitigar danos ambientais, fortalecer a autonomia comunitária e promover justiça ambiental. Conclui-se que o enfrentamento do racismo ambiental requer não apenas intervenções técnicas, mas também o reconhecimento e valorização das práticas culturais e dos modos de vida quilombolas, integrando ciência e tradição em uma perspectiva decolonial.