Banca de QUALIFICAÇÃO: RODRIGO PAULINO DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RODRIGO PAULINO DA SILVA
DATA: 18/06/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Departamento de Estudos Interdisciplinares (Sala de reunião) Bloco 860 Campus do Pici
TÍTULO:

A AGROINDUSTRIALIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL: IMPACTO DO PROJETO SÃO JOSÉ NO ASSENTAMENTO NOVA CANAÃ, QUIXERAMOBIM, CEARÁ

PALAVRAS-CHAVES:

Agricultura Familiar. Agroindustrialização. Reforma Agrária. Segurança Alimentar. Projeto São José III.

PÁGINAS: 37
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Ciência e Tecnologia de Alimentos
RESUMO:

A presente pesquisa parte da urgência de compreender os impactos da agroindustrialização na vida de famílias camponesas, especialmente quando esta se configura como política pública em territórios historicamente marginalizados. Tendo como objeto de estudo a agroindústria de laticínios Terra Conquistada, instalada no Assentamento Nova Canaã, em Quixeramobim-CE, com recursos do Projeto São José III (PSJ III), investiga-se como essa ferramenta contribui para o desenvolvimento rural sustentável, a segurança alimentar e a permanência digna das famílias no campo. A pesquisa visa compreender como políticas públicas como o PSJ III podem fomentar tecnologias sociais que, para além da geração de renda, fortalecem os laços comunitários, promovem o enraizamento da juventude rural, valorizam os saberes tradicionais e geram autonomia política e econômica. Ancorado nos pressupostos da Reforma Agrária Popular defendida pelo MST e da agroecologia como horizonte político e produtivo, que compreende a agroindustrialização não apenas como técnica de agregação de valor, mas como estratégia de resistência frente ao avanço do agronegócio e à lógica de exclusão dos mercados formais. Trata-se de um estudo de caso com abordagem qualiquanti, que conjuga análise documental, aplicação de questionários e entrevistas com 20 famílias assentadas cooperandas e gestores da unidade. O estudo parte da crítica à estrutura fundiária excludente do Brasil, da trajetória de luta dos movimentos sociais do campo, como o MST, e dos desafios enfrentados pelas agricultoras e agricultores familiares diante das dificuldades de acesso ao mercado. Espera-se verificar se a efetivação de uma política pública de acesso à infraestrutura, à organização cooperativa e à comercialização formal de produtos processados através da instalação de uma agroindústria familiar, melhorou significativamente a qualidade de vida no território de reforma agrária. Além disso, busca-se evidenciar a relevância da aplicação  dessas políticas de desenvolvimento rural apresentando a experiência do Assentamento Nova Canaã como fruto da luta por reforma agrária popular e a resistência camponesa na busca por justiça social e o direito de permanecer no campo com dignidade. O caso estudado procura ainda revelar como as burocracias, a ausência de assistência técnica contínua e a desatualização da legislação sanitária, são utilizadas pelo capitalismo para desarticular a agricultura familiar, bem como, a luta por soberania alimentar, inclusão social e reconhecimento dos povos do campo como sujeitos históricos da construção de um Brasil mais justo e solidário.

MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2151125 - ANTONIO ROBERTO XAVIER
Interno - 1960430 - AIALA VIEIRA AMORIM
Externo ao Programa - 2338290 - JAQUELINE SGARBI SANTOS
Externo à Instituição - ANA KARINA CAVALCANTE HOLANDA - UFC