SÍNTESE DE BIODIESEL A PARTIR DO ÓLEO DE PEQUI ATRAVÉS DE BIOCATALISADORES ENZIMÁTICOS CONTENDO CALB E EVERSA® TRANSFORM 2.0 IMOBILIZADAS EM NANOPARTÍCULAS MAGNÉTICAS.
Biodiesel. Pequi. Hidroesterificação. CalB. Eversa® Transform 2.0.
A preocupação com a emissão de poluentes atmosféricos oriundos de combustíveis fósseis utilizados em motores de combustão interna vem despertando cada vez mais o interesse de pesquisas na procura de matérias-primas que sejam sustentáveis e menos nocivas ao meio ambiente. Dentre as alternativas está o biodiesel, que é um biocombustível que pode vir a torna-se uma alternativa ao diesel mineral, além de ser um combustível com características técnicas ambientalmente corretas. Dentre a gama de matérias-primas utilizadas com potencial para a síntese do biodiesel, podemos citar o óleo vegetal de pequi que é um fruto típico encontrado no cerrado brasileiro pertencente à família das Caryocaraceae e ao gênero Caryocar, sendo que este possui 16 espécies de ocorrência nas Américas Central e do Sul. Nas áreas de cerrado da região nordeste do Brasil a espécie Caryocar coriaceum é a mais preponderante e geralmente são encontradas na chapada do Araripe no estado do Ceará, Pernambuco e Piaui. O objetivo principal do estudo foi investigar a viabilidade de produção de biodiesel a partir da hidroesterificação do óleo de pequi utilizando biocatalisadores enzimáticos na forma livre e imobilizada em suporte de nanopartículas magnéticas de ferro como uma das alternativas para produção de biocombustíveis. O óleo de pequi bruto foi hidrolisado para a formação de mais ácidos graxos e, posteriormente, foi esterificado com etanol e metanol utilizando rota enzimática na proporção molar de 1:1, agitação de 150 rpm, temperatura da reação de 37 oC, biocatalisadores enzimáticos, sendo as lipases CalB e Eversa® Transform 2.0 testados individualmente nas suas formas livres, com tempos reacionais de 2, 4, 6 e 8 horas; e imobilizadas em nanopartículas magnéticas de ferro (Fe3O4) com quantidade equivalente a 80 UpNPBg-1 de catalisador e tempo reacional de 1h e 8h por ciclo. O melhor resultado da conversão catalítica utilizando os biocatalisadores na forma livre no meio reacional foi de 79,17% (8h) com Eversa® Transform 2.0 e metanol. A máxima conversão dos ciclos de reação consecutivos (3) para 1 hora mostra a manutenção da produção dos ésteres com resultados em média de 50,2% utilizando CalB-NPM com etanol. Já para o ciclo de 8 horas, a máxima conversão dos ciclos consecutivos (3) foi de 88,44% usando CalB-NPM e etanol com queda considerável na conversão já no segundo ciclo. Entretanto, para a Eversa® Transform 2.0-NPM com metanol houve manutenção das conversões no ciclo consecutivo (3) com média de 81%. No geral, os resultados foram considerados promissores, entretanto, novos estudos devem ser realizados para aperfeiçoamento da técnica utilizada, pois os teores de conversões de ésteres obtidos são inferiores ao exigido pela legislação vigente.