EXISTIR E RE-EXISTIR NO CHÃO DA ESCOLA: ESCREVIVÊNCIAS DE PRÁTICAS AFROLETRADAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Escrevivências. Afroletramentos; Silêncio curricular. Educação Infantil
O presente trabalho busca investigar través das práticas de afroletramentos em uma escola de Educação Infantil da rede municipal de São Francisco do Conde-Ba, partindo das observações realizadas pela Coordenadora Pedagógica da Unidade escolar: De que forma a prática pedagógica curricular sob uma perspectiva antirracista pode contribuir de maneira significativa para a construção identitária da criança negra? Indagamos ainda: Qual é o papel do professor(a) em relação ao trabalho dos afroletramentos para o enfrentamento do racismo institucional e como sua postura pode contribuir tanto positivamente, quanto de forma negativa para auto-estima das crianças negras no processo de escolarização? Partindo da proposta metodológica “escrevivências” de Conceição Evaristo (1980) delineio “caminhos” que se entrecruzam com as infâncias, formação docente, educação e o racismo institucionalizado pela escola, buscando refletir como esses atravessamentos foram orquestrados pelo processo de colonialismo, perpassando pela colonialidade do saber, para a manutenção do “status quo” presentificados no currículo escolar e pautados na visão eurocêntrica de mundo. A pesquisa é de cunho qualitativo e através da análise sobre os impactos dos letramentos raciais na educação infantil, pretende refletir criticamente sobre as possibilidades do trabalho a partir dos afroletramentos, apoiados pela perpectiva afrocêntrica, para romper com o silenciamento curricular em São Francisco do Conde-Ba, tomando como referência a escola investigada.