“Ser indígena e também travesti: a construção do corpo indígena Potyguara travesti no Sertão do Ceará”
Indígena Trans e Travesti; Corpo; Decolonialidade; Interseccionalidade
A pesquisa objetiva caracterizar a construção do corpo indígena trans e travesti Potyguara no Sertão do Ceará, com foco nas interseções de gênero, sexualidade e colonialidade. Com esse objetivo, há desdobramentos específicos, como: A - compreender as relações de pertencimento étnico nessas corporalidades, B – refletir como a colonialidade de gênero atravessa esses corpos e C - descrever as autorrepresentações. Durante o texto o leitor perceberá uma construção de campo a partir das oportunidades abraçadas e diálogos feitos, um foco na antropologia por demanda, e uma reflexão que sempre vêm à tona do “eu” e o “outro” na pesquisa. Trata-se de um texto que apresenta os caminhos iniciais de pesquisa sobre corpo, gênero e povos indígenas, aspectos teóricos são evidenciamos e detalha-se os métodos da pesquisa etnográfica, incluindo a participação da pesquisadora em seminários de consultas públicas a indígena LGBTQIAPN+, diálogos com lideranças e membros de coletivos indígenas que pensam as necessidades dessa população, evidenciando as demandas por reconhecimento e políticas públicas. Defende-se aqui a constituição de um corpo que identifica o sujeito atravessado por imaginações sociológicas e antropológicas em seu processo de formação. Não quero dizer o que é o corpo indígena Potyguara trans puro e simples, talvez a solução encontrada para isso seja olhar para a interseccionalidade como ferramenta teórica, e para o inesperado, para as encruzilhadas, as fronteiras e o não dito como abordagens metodológicas.