UMA ETNOGRAFIA DA IGREJA UNIVERSAL DO REINO DE DEUS NO CARIRI CEARENSE: O CASO DA APROPRIAÇÃO DE ARQUÉTIPOS AFRO-BRASILEIROS NOS CULTOS DE LIBERTAÇÃO
Igreja Universal do Reino de Deus. Práticas simbólicas. Discursos. Imaginário. Demonização. Religião.
A presente pesquisa tem como objetivo etnografar a apropriação dos arquétipos das religiões afro-brasileiras nos cultos de libertação da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), entendendo que tal situação faz parte de seu repertório simbólico hibrido religiofágico e seu modus-operandi. Destarte, a pretensão é de analisar e compreender os sentidos e significados que os sujeitos atribuem a essa prática simbólica da possessão e exorcismo para o ritual de libertação, e como esses sujeitos identificam e representam esses arquétipos em seu contexto religioso e em suas realidades sociais e, assim, perceber os símbolos que estão sendo representados e em trânsito. O estudo etnográfico se dá no cariri cearense, na cidade de Crato, na rua Dr. João Pessoa, no centro urbano (Catedral da IURD), onde acontecem, todas as sextas-feiras, os cultos de libertação com a finalidade de promover práticas/rituais de “descarrego, quebra de maldição, libertação de males e vícios”, tomando como pano de fundo o protagonismo dos arquétipos “exus e pombagiras” apresentados nos discursos do pastor como “demônios”, “espíritos malignos”, mostrando-os como mediadores entre a libertação, a maldição e a prosperidade.