Das Ruas ao Ciberespaço: ativismo e ciberativismo de mulheres negras na era virtual
Mulheres Negras; Ciberativismo; Feminismo Negro; Movimentos Sociais.
A partir da constituição de 1988 e do processo de redemocratização do país em meados
dos anos de 1980-1990, o Brasil se encontrava em um período sócio-histórico-político e
econômico que possibilitou o surgimento de diversas ONGs e movimentos sociais –
inclusive o de mulheres negras –. O Ciberespaço, a partir da segunda metade dos anos
noventa propiciou para as ONGs e os Movimentos Sociais um espaço onde narrativas
contra hegemônicas advindas desses grupos ganhassem mais força, atingissem outras
pessoas e chegassem em outros contextos a partir de processos técnico-comunicacionais
que facilitavam a interação e a mobilização política desses movimentos. Isto posto, esta
dissertação busca compreender, a partir da Rede de Ciberativistas Negras-CE, como o
ciberativismo de mulheres negras contribui e/ou pode contribuir com as mobilizações
políticas do movimento negro, de forma geral, e do feminismo negro, de forma
específica. Para isso, optou pela metodologia de pesquisa de cunho qualitativo de base
antropológica, onde utiliza-se a etnografia em ambientes online ou netnografia de
Robert V, Kozinets (2014). Para se chegar nos objetivos propostos, inicialmente
apresentou uma discussão sobre a base do pensamento feminista negro norte-americano
a partir de mulheres negras tidas como pioneiras negras. Em seguida, traçou-se a
trajetória do movimento de mulheres negras brasileiras, a partir de movimentos ainda no
pré-abolição até chegarem ao ciberespaço. Por fim, apresentou-se o movimento das
mulheres negras no ciberespaço, a partir da Rede de Ciberativistas Negras.