Por uma antropologia da quimioterapia: um estudo com pacientes na reconstrução de corpos em tratamento
Antropologia da quimioterapia; Câncer; Doença; Tratamento
Esta pesquisa estuda um grupo de mulheres, pacientes oncológicas, tendo o objetivo de descrever como as diferentes etapas do tratamento quimioterápico são percebidas e narradas por elas, identificando como (re)organizam suas emoções, expectativas de vida e relacionamentos a partir do convívio com a doença e com o tratamento quimioterápico. Com o suporte das perspectivas desenvolvidas no âmbito da antropologia da saúde, em particular as subáreas da antropologia do câncer e da antropologia dos medicamentos, buscamos realizar uma antropologia da quimioterapia. Neste movimento, a intenção é de que por meio das práticas e métodos antropológicos seja possível compreender que existem múltiplas dimensões no espaço social e pessoal criado pelo exercício da quimioterapia como parte da rotina não somente dos pacientes oncológicos, mas de todo o conjunto de serviços, profissionais e pessoas que promovem as ações diárias do setor. A partir dos discursos e sentidos atribuídos ao processo e o tratamento pelas interlocutoras, demonstramos que a quimioterapia compreende um campo específico para estudos de cunho antropológico.