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Dissertações |
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DOMINGAS DA SILVA
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"O tabu e o visível: tribalismo e política na eleição de 2019-2020 em Guiné Bissau"
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Data: 24/02/2022
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Esta dissertação tem por objetivo analisar a prática do tribalismo na Guiné-Bissau. Trata-se de uma etnografia que explora os diversos aspectos do tribalismo que marcaram o cotidiano guineense assim como também na política. Através das relações sociais e étnicas guineenses, explora-se o tabu do tribalismo e suas visibilidades e consequências nos períodos eleitorais. De modo geral, explora alguns acontecimentos que marcaram a eleição de 2019-2020 como ódio, violência, divisão, acusações entre os militantes e políticos. Assim, explora o discurso de viva escola versus escola ika nada e viva língua portuguesa versus viva língua crioula. E, por último, analisa os usos dos símbolos visuais étnico-religiosos pelos candidatos como fenômeno fácil de reconhecimento nos boletins de votos pelo eleitorado, chamando atenção ao seu grupo étnico e religioso.
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ISADORA FAÇANHA GURGEL FREIRE
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“Lesbianidades negras, periféricas e enlutadas em compromisso com a memória: o caso Luana Barbosa”.
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Data: 25/03/2022
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O trabalho a seguir pretende compreender quais constituintes discursivos e materiais das versões que abrangem o “caso Luana” - como ficou conhecido o episódio de morte de Luana Barbosa dos Reis Santos, em 2016, no estado de São Paulo, durante uma abordagem da Polícia Militar. Para isso, vale-se do acompanhamento das atividades do principal grupo de mulheres organizadas em torno do evento, a Coletiva Luana Barbosa, devido ao intenso engajamento do grupo pela causa dos direitos humanos a partir da sensação contínua de luto e do medo da repetição, entre elas, de mais casos semelhantes ao de Luana. Partindo das vivências, noções de si e descrições narradas por algumas das ativistas envolvidas na organização, como também dos embates movidos pelas rotinas burocráticas e artefatos judiciários por parte da defesa dos policiais, são múltiplas as “apreensões de realidade” que circulam em todos os capítulos deste trabalho. São elas as falas de protestos contra o processo lento de um Estado ora aliado, ora negligente, de um lado, e as visões discordantes sobre a presença, atividades e abordagem dos Direitos Humanos na Justiça, de outro. Cabe a esta pesquisa o levantamento e a análise das múltiplas e polissêmicas relações que dão coerência e consistência às versões construídas no decorrer dos anos após a morte de Luana Barbosa e, dessa maneira, das diferentes perspectivas de realidade instituídas acerca de quem pode ser vítima no Brasil.
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ANTONIO ANDERSON CANCIO MOTA
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BIO-GRAFIAS DO CUIDADO ENTRE HUMANOS E CÃES.
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Data: 20/04/2022
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Este trabalho trata das relações que se estabelecem entre humanos e cães em contextos familiares da cidade de Fortaleza e entorno metropolitano. Tem por objetivo compreender a dinâmica dessas relações a partir das narrativas de interlocutores que conferem aos seus cães o status de membro familiar, filhos, constituindo assim, aquilo que a literatura convencionou nomear de família multiespécie. Nesse caminho, o cuidado, como exercício, prática e obrigação e as suas implicações no desenvolvimento da humanização, da “filhotização”, que ocorre no exercício da maternagem e das possíveis formas de cuidar e ser cuidado em uma complexa rede de relacionalidades que conectam espécies atuantes é o tema geral que atravessa essa dissertação. O material etnográfico descrito e interpretado foi obtido durante a pesquisa de campo, ocorrendo a partir da análise de entrevistas jornalísticas, do acompanhamento de redes sociais, do acionamento de memórias pessoais e das perspectivas apresentadas pelos interlocutores que reconhecem cães ora como sujeitos, familiares ou parentes, ora como objetos ao longo de histórias de vida e morte que se complementam em rede, em um fluxo conectivo de materiais, práticas e domesticidades.
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GRAZIELA DE OLIVEIRA ALMEIDA
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Mulheres negras em ação: uma análise sobre as resistências tecidas pelas feministas negras na capital cearense.
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Data: 27/04/2022
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A história da construção do território Brasileiro enquanto nação carrega uma série de violências referentes a uma dominação colonial que por aqui chega a impor hierarquias de poder. Corpos negros, femininos, se encontram historicamente sob a mira de uma estrutura social que valoriza padrões dos colonos e inferioriza a cultura dos colonizados. Diante disso, este trabalho busca pensar nas resistências femininas cearenses, através das construções tecidas pelos movimentos feministas na capital, Fortaleza, em principal o Instituto de Mulheres Negras e os Tambores de Safo. Para traçar uma linha temporal de suas ações no exercício de uma pesquisa qualitativa, utiliza-se de uma análise documental, partindo de uma busca, através das redes sociais e da imprensa, das suas últimas atividades no correr de março de 2021 a março de 2022. Diante disto, encontram-se movimentos feministas que seguem tecendo resistências plurais, com o fortalecimento de uma rede nacional e regional, denotando a importância de se pensar as particularidades e as diferenças femininas. Demonstram, ainda, uma forte bandeira de luta no que corresponde à participação política, construindo diálogos e ocupando. Deste modo, este trabalho aponta a importância desses espaços como resistência a um contexto social histórico de violência e da exclusão. Visando a construção de uma sociedade que seja, de fato, mais igualitária e participativa.
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BRUNO DE CASTRO BRITO
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Tudo o que nóiz tem é nóis: um estudo sobre narrativas negras no jornalismo brasileiro
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Data: 02/12/2022
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Esta pesquisa reflete sobre a atuação de mídias negras brasileiras a partir do entendimento de que elas são compostas por pessoas negras e escrevem para pessoas negras. O estudo busca compreender por que essas plataformas de conteúdo existem, como atuam articulam-se no correr dos anos, de que maneira lidam com demandas sociais e em qual perspectiva as trajetórias interseccionam-se e são atravessadas também pelas narrativas de vida das pessoas que delas fazem parte. Utilizando-se da técnica "bola de neve", 12 pessoas negras de três recortes temporais diferentes foram selecionadas para entrevistas semiestruturadas abertas. As/os interlocutoras/es são dispostos de forma equânime quanto ao gênero e falam de seis estados em quatro regiões distintas, quais sejam: São Paulo e Rio de Janeiro, no Sudeste (6 pessoas); Ceará e Bahia, no Nordeste (4 pessoas); Rio Grande do Sul, no Sul (1 pessoa); e Amazonas, no Norte (1 pessoa). Ao referencial teórico, são evocados/as exclusivamente intelectuais negros/as da Antropologia, da Comunicação e de áreas afins das Ciências Sociais e Humanas. Trata-se, portanto, de engendrar a discussão com o vivido pelas personagens da pesquisa a partir de uma hermenêutica negra, de conceitos básicos de consciência negra, identidade, negritude, racismo estrutural (ALMEIDA, 2019) e etnomídias, e do entendimento de que afeto, teoria e política, o tripé fundamental à existência humana, estão interligados.
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CAIO BARBOSA PORTELA
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Data: 12/12/2022
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Essa pesquisa consiste num estudo antropológico que parte da seguinte reflexão: como cada história de vida combinada ao conhecimento que adquirimos a partir das teorias raciais críticas podem afetar a percepção que temos sobre a nossa própria identidade e a do Outro, interferindo em autodeclarações e heteroidentificações, instrumentos centrais na execução da política de cotas raciais no Brasil? A investigação desenvolve-se a partir de dados colhidos no Ministério Público Federal (MPF) brasileiro. Foi feita uma análise situacional do campo empírico e uma breve revisão bibliográfica sobre os conceitos: raça, racismo, mestiçagem e identidade étnico-racial. As metodologias utilizadas foram: Autorreflexão e Histórias de Vida (HV). As técnicas de pesquisa adotas foram a participação observante, a etnografia de arquivos e a entrevista etnográfica. Foram realizadas 6 entrevistas com pessoas autodeclaradas: brancas (2), amarela (1), pretas (2) e parda (1 que se autodeclarou améfricana), atuantes nas políticas afirmativas do MPF. Os fundamentos teórico-metodológicos dessa investigação baseiam-se nos trabalhos de Nogueira ([1955] 2006), Fernandes ([1972] 2013), Hampâté Bâ (1981), Ramose (1999; 2002; 2021), Favret-Saada (2005), Queiroz (1988), Paulilo (1999), Meksenas (2002), Munanga ([2004] 2019), Beaud & Weber (2007), Domingos (2017; 2020) e Balduíno (2021).
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