Projeto Político Pedagógico

2.1.6. Perfil profissional do egresso

O curso de graduação em Agronomia, observando tanto o aspecto do progresso soci-al quanto da competência científica e tecnológica, busca como perfil que:


1) O profissional formado desenvolverá elevado nível de cognição no que se refere aos conhecimentos próprios ao manejo dos sistemas agrícolas, bem como aos conheci-mentos de outros campos pertinentes ao tema;

2) O profissional formado desenvolverá capacidades intelectuais relativas às habilida-des e competências imprescindíveis ao desempenho da profissão de agrônomo;


3) Os profissionais formados sejam capazes de articular conhecimentos e tecnologias, aprendendo-os por conta própria, se necessário, adequando-os aos agricultores para a resolução de seus problemas;


4) Os profissionais formados tenham elevada capacitação, com uma formação que permita uma visão clara sobre as questões relacionadas à agricultura e ao meio am-biente e, sobretudo, sobre as questões de caráter humano envolvidas;


5) Os profissionais formados sejam capazes de atender ao desafio de auxiliar os agricul-tores na realização de suas expectativas como agricultores e cidadãos;


6) Os profissionais formados sejam capazes de compreender integralmente os sistemas agrícolas, nos seus aspectos técnicos, sociais e ambientais;


7) Os profissionais formados sejam capazes de compreender os circuitos alimentares nos quais estão envolvidos os agricultores;


8) Os profissionais formados sejam capazes de compreender os sistemas de conheci-mento dos agricultores e suas relações com os conhecimentos científicos.

2.1.3. Objetivos do curso
O curso de Agronomia da UNILAB objetiva o desenvolvimento de atividades de ensi-no e assessoria rural, visando à formação de profissionais com capacidade de descrever e analisar sistemas agrícolas, assessorando agricultores considerando a totalidade das restri-ções impostas a eles, bem como todas as questões globais que condicionam a agricultura na modernidade.


Alguns objetivos específicos são ressaltados:


1) Proporcionar uma elevada formação no campo da Agronomia, como ferramenta ne-cessária à atuação profissional;


2) Desenvolver a capacidade de estimular processos de inclusão social e de fortaleci-mento da cidadania, por meio de ações integradas, que tenham em conta as dimen-sões: ética, social, política, cultural, econômica e ambiental;


3) Formar profissionais aptos a promover, orientar e administrar a utilização dos fato-res de produção, com vistas a racionalizar a produção vegetal e animal, em harmonia com o ecossistema;


4) Estimular os alunos para a elaboração e execução de projetos técnicos ou de pesqui-sa científica que visem a garantir a reprodução das famílias de agricultores, eliminar as desigualdades sociais e conservar os recursos sociais e naturais;


5) Desenvolver ações que levem à conservação e recuperação dos ecossistemas e ao manejo sustentável dos sistemas agrícolas, visando a assegurar que os processos produtivos agrícolas não causem restrições à continuidade das práticas agrícolas no longo prazo;

6) Colocar o futuro profissional em contato com as diversas áreas de atuação da agro-nomia;


7) Compreender a lógica dos agricultores ao manejar seus sistemas agrícolas;


8) Compreender, criar, manter, estimular e apoiar iniciativas de desenvolvimento rural sustentável;


9) Articular saberes e práticas de tal forma a oferecer alternativas para os produtores rurais para a solução de seus problemas;


10) Compreender as relações entre a localidade e a globalidade no manejo dos sistemas agrícolas;


11) Compreender as relações entre os sistemas agrícolas e os outros aspectos das socie-dades modernas;


12) Incorporar o pensamento científico, na sua lógica e práxis, na formação dos agrônomos.

Apresentam-se a seguir alguns princípios considerados na organização do curso:


1) O foco da formação é a descrição e análise dos sistemas agrícolas e as suas transfor-mações no decorrer do tempo; isso significa dizer que na definição das unidades de aprendizagem os temas pontuais não deverão ser privilegiados, mas somente os processos dos quais esses procedimentos técnicos fazem parte. Assim, pretende-se que a formação dos agrônomos seja feita em torno da articulação de procedimentos para a resolução dos problemas do mundo da produção, ou seja, o centro da abor-dagem são os problemas e não as técnicas. Como já indicado, o curso estrutura-se a partir de uma abordagem processual, e não normativa (não existe receita tecnológi-ca prévia, mas uma articulação de conhecimentos e estratégias capazes de apontar os caminhos).


2) Pelo fato de a agricultura ser, na maioria absoluta dos casos, atividade realizada por pessoas sem formação científica (quem faz agricultura é o agricultor e não o técnico ou pesquisador), os agrônomos formados pela UNILAB deverão ser capazes de se envolver na compreensão mútua entre os conhecimentos científicos e aqueles de senso comum. A formação leva em consideração os conhecimentos próprios dos agricultores, no sentido de saberem, por um lado, que o conhecimento científico é tão-somente uma das possíveis leituras do mundo e, de outro, que quem toma a de-cisão e arca com as consequências são os agricultores. Isso seria razão suficiente pa-ra dar ao conhecimento dos agricultores lugar destacado.


3) Assumindo que a agricultura é um fato social, os conteúdos tratados ao longo do curso se referem a três aspectos centrais: (1) a construção social das técnicas agríco-las, (2) o uso social das mesmas e (3) seus efeitos e restrições em termos do mundo social e natural.


4) A formação dos alunos se orienta ao atendimento das necessidades de assistência da maioria dos agricultores, justificado no imperativo do uso democrático dos recursos públicos. Como a maioria absoluta dos agricultores conduz pequenas unidades de produção e está excluída do grande negócio agrícola, a eles se destina o foco central da formação dos agrônomos da UNILAB. A análise das unidades de produção mer-cantil de maior tamanho deverá ser feita por comparação àquelas dos camponeses ou agricultores familiares. Essa estratégia estabelece um novo parâmetro para a formação, materializado na chamada agronomia comparada, que se propõe a en-tender a lógica subjacente aos diversos sistemas agrícolas quando estes são compa-rados levando em consideração suas condições de contexto.


5) Durante todo o curso os alunos se envolvem em trabalhados práticos. Esses traba-lhos irão se tornando mais complexos até que, no final do curso, estejam envolvidos em trabalhados relacionados ao desenvolvimento agrícola regional. A formação é realizada feita com atividades em tempo integral.

2.3.5. Metodologias de Ensino


A política de ensino está fundamentada na interdisciplinaridade, flexibilização curri-cular, diálogo intercultural e interação teoria-prática.


O desenho curricular do curso de Agronomia foi desenvolvido em uma concepção inovadora centrada no aluno como sujeito da aprendizagem e apoiada no professor/tutor como facilitador do processo de ensino e aprendizado. Nesta perspectiva, o plano pedagógi-co busca articular de forma dinâmica as relações entre trabalho e ensino, prática e teoria, ensino e comunidade. As relações entre trabalho e ensino e entre os problemas e suas hipó-teses de solução apoiam-se, sempre, nas características socioculturais do meio em que este processo se desenvolve, independente de qual seja o país de origem do aluno.


O mercado de trabalho valoriza cada vez mais a formação cultural ampla, a capacida-de de resolver problemas, integrar e produzir novos conhecimentos, manter-se atualizado, interpretar a complexidade da realidade, administrar e ter a capacidade de trabalhar em equipe, comunicar-se com facilidade e tomar decisões. Portanto, há uma necessidade ime-diata de um redirecionamento do perfil do profissional em ciências agrárias, no sentido de um sólido conhecimento teórico-prático não apenas ao “como produzir”, mas também quanto ao processo produtivo como um todo, abrangendo desde o planejamento até a co-mercialização. Daí que, o profissional formado deve ter uma visão interdisciplinar de todo o processo para que se torne um profissional valorizado.


A orientação acadêmica e a tutoria facilitam o diálogo com o estudante ao longo da formação (desde antes de sua chegada à universidade), permitindo-lhe construir referências para a construção do seu percurso acadêmico.


A interdisciplinaridade será realizada por meio de planejamento conjunto e partici-pativo, no sentido de incentivar as competências, os valores, as atitudes, os saberes-fazer, os saberes-estar, o desenvolvimento de capacidades de criatividade, comunicação, trabalho em equipe, resolução de problemas, responsabilidade, poder empreendedor, ferramentas importantes na adaptação à geografia mutacional e organizacional do mundo do trabalho.


A interdisciplinaridade exige de todo corpo docente o desenvolvimento de uma ação pedagógica articulada com a diversidade dos saberes. A ação de cada um deve estar articu-lada com a de todos os outros. Todos os envolvidos no processo pedagógico devem ser capazes de perceber a sua totalidade e, a partir dela, planejar a sua ação em particular, sem se desligar do todo.


Assim, o trabalho no processo ensino-aprendizagem deixa de ser rígido e estático, exigindo que as decisões sejam tomadas antes, durante e depois, como ponto de referência para o desenvolvimento das atividades extracurriculares materializáveis sob a forma de en-sino, pesquisa, extensão, seminários, simpósios, congressos, conferências, monitorias, inici-ação científica e disciplinas pertinentes a outros cursos, que concretizarão a integração, o aprofundamento temático e a interdisciplinaridade no campo da agronomia.


Nessa noção está a idéia de superação da especialização excessiva, portanto, de maior ligação teoria-prática, maior ligação da ciência com suas aplicações. A idéia é de que não se trata de conhecer por conhecer, mas de ligar o conhecimento científico a uma cognição prática, isto é, de compreender a realidade para transformá-la.

2.1.1 Politicas institucionais no âmbito do curso


A UNILAB se propõe a ser uma universidade internacional envolvendo alunos e pro-fessores de vários países; todos eles, sem exceção, pobres. Assim, deverá ser uma contribui-ção à superação da pobreza e do subdesenvolvimento de um conjunto de países na sua mai-or parte marcados por um violento processo colonial.


Dessa forma, o foco da formação agronômica proporcionada pela UNILAB deverá ser o conjunto de sistemas agrícolas existentes em todos esses países, os sistemas agrícolas re-ais, conduzidos por pessoas com nome, endereço, necessidades e desejos. Sendo assim, faz-se necessário levar em consideração as particularidades dos agricultores de cada um desses países e, no caso brasileiro, dos agricultores familiares em geral e aqueles do Maciço de Batu-rité em particular.


Nesse sentido, a dois aspectos dever-se-á dar especial atenção: (1) o significado da as-sistência técnica para a superação das realidades vividas por esses países e (2) o que signifi-cará para o futuro coletivo da humanidade essa milenar experiência histórica, vivida pelos camponeses pobres do mundo, de produzirem em condição de escassez.


Assim, o Maciço do Baturité deve ser considerado um espaço empírico destinado a ser artifício para o pensamento. Pensar para além do próprio Maciço, para os agricultores e para a agricultura do mundo como um todo. Deverá ser o holograma do objeto final buscado pela UNILAB: a agricultura mundial.
Especificamente, as seguintes razões justificam a criação do curso de agronomia da UNI-LAB:


1) Segundo o Cadastro das Instituições de Ensino Superior do Ministério da Educação, existem no Brasil 183 cursos de Agronomia, que formam aproximadamente 6 mil agrônomos anualmente. Apesar de ser lícito pensar se há real necessidade de forma-ção de novos agrônomos, a percepção geral é a de aumento do mercado de trabalho no nosso país em função da importância do setor agrícola na economia nacional;


2) A maior parte desses cursos se localiza nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, justifican-do-se, portanto, a criação de mais um curso na região Nordeste;


3) Os países envolvidos no projeto da UNILAB (Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Macau) têm necessidade de estru-turação e avanços nos seus setores agrícolas. Dada a realidade agrícola desses países, seja no que se refere aos problemas socioeconômicos, seja nos aspectos ambientais, a necessidade é de profissionais capazes de compreender a agricultura em todas as suas dimensões, justificando a necessidade de criação de um curso com uma proposta renovada e capaz de formar profissionais aptos a dar respostas aos problemas agríco-las da modernidade. Ou seja, não se justificaria se fosse apenas mais um curso de Agronomia, mas sim por se propor a ser um curso renovado.


Assim, considera-se que a justificativa principal para a criação do curso de Agronomia na UNILAB baseia-se na necessidade de criação de um curso de características inovadoras, capaz de formar profissionais aptos a compreender a agricultura como fato social.

2.3.10. Procedimentos de avaliação dos processos de ensino-aprendizagem


As avaliações e formas de avaliação do ensino e do aprendizado nas disciplinas do curso de Agronomia da UNILAB, orientam para que estas sejam apresentadas aos estudan-tes na primeira aula do período letivo (trimestre). Compreende-se por trabalhos escolares, para efeito de avaliação da aprendizagem: exames escritos ou orais, monografias, relatórios, seminários, debates, estudo dirigido, avaliação individual ou grupal e outros trabalhos a critério do professor e de acordo com a natureza das disciplinas. Compete ao professor res-ponsável pela disciplina determinar o número de trabalhos escolares necessário para efeito de avaliação da aprendizagem.


As especificações de uso de cada um destes instrumentos no curso estão definidas de acordo com as normas institucionais definidas no regimento de graduação da UNILAB, e é prevista análise de aprovação ou reprovação do estudante por sua freqüência e pelo desem-penho de notas:


a) No caso da avaliação por freqüência, fica definido que, nos cursos presenciais, o es-tudante deve ter uma freqüência mínima de 75% em cada disciplina para não ser repro-vado.


b) Na avaliação por nota de desempenho, será utilizado o sistema de notas de 0 a 10, de tal modo que a ordem crescente numérica representa o progresso positivo de de-sempenho.


c) O estudante receberá em cada disciplina de cada período letivo um total de duas avaliações, das quais será extraída a média, e serão levados em conta os seguintes crité-rios:
· Caso o estudante tenha uma média maior ou igual a 7,00 nas duas notas, então é dado como aprovado na disciplina;
· Caso o estudante tenha uma média menor que 4,00 nas duas notas, então será dado como reprovado na disciplina;
· Caso o estudante tenha média maior ou igual a 4,0 e menor que 7,0, então tem direito a prestar um exame final, com uma nota de 0,0 a 10,0.
· A nota do exame final é somada à média dos exames parciais, e caso o estudan-te tenha média final resultante maior ou igual a 5,0, então é dado como aprovado na disciplina, e caso contrário é reprovado.

A coordenação do curso deve estimular os professores a utilizarem diferentes modalidades de ferramentas de avaliação para aplicação das avaliações com nota, embora o professor tenha sempre a decisão sobre qual a melhor forma de desenvolver a aferição de notas de sua disciplina.

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